Hersh opina que o ódio dos americanos ao presidente sírio, Bashar Assad, não tem razões lógicas. O líder sírio repetidamente tentou construir boas relações com os EUA, enquanto os serviços de inteligência da Síria mostraram a Washington centenas de documentos, alertando sobre ataques islâmicos contra o Ocidente e os EUA, particularmente.
"A inteligência síria é uma das melhores do mundo. Deu aos americanos a informação sobre Mohammed Atta e da célula terrorista de Hamburgo", disse o jornalista, citado pelo jornal. "Mas, na sua política externa, Obama – desde o seu primeiro dia no cargo – continuou a estratégia de Bush. Ele continuou com a ‘guerra contra o terror’".
Hersh afirmou que após 9/11, Washington deveria ter reforçado a sua cooperação com Moscou, porque "os russos sabem exatamente o que é a ameaça islâmica".
No entanto, melhor tarde do que nunca: "os militares dos EUA já reconheceram o sucesso dos militares russos na Síria", disse Seymour Hersh. Referindo-se às suas fontes nas forças armadas e nos serviços de inteligência dos Estados Unidos, Hersh disse que os americanos têm um grande respeito pelas forças armadas da Rússia e, especialmente, pelo general russo Valery Gerasimov.
Na opinião do jornalista, Putin segue uma política "inteligente" no Oriente Médio. O líder russo conseguiu fortalecer o exército sírio e aumentou a sua capacidade de lutar.
"Lavrov é uma pessoa muito simples. Ele sempre disse abertamente qual era a posição russa", disse o jornalista, acrescentando que os meios de comunicação norte-americanos tendem a fingir que tudo o que dizem os russos é mentira.