Negociação do Governo argentino com ‘fundos abutres’ depende da aprovação do Congresso

© flickr.com / Gаme of lightBuenos Aires, Argentina
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O presidente da Argentina, Mauricio Macri, autorizou seu ministro da Economia, Alfonso Prat‐Gay, a conduzir conversações com os credores internacionais, especialmente os dos fundos de investimentos, visando ao pagamento da dívida do Governo, algo em torno de 9,9 bilhões de dólares.

Argentina's President Mauricio Macri attends a session of the Summit of Heads of State of MERCOSUR - Sputnik Brasil
Não tem saída: Macri vai seguir linha de Kirchner na negociação com Fundos Abutres
A proposta formal de pagamento deverá ser apresentada na segunda-feira, 25. No entanto, para que o acordo tenha valor legal, deverá ser ratificado pelo Congresso Nacional, o que tem levado alguns analistas a acreditar que o Presidente Macri poderá enfrentar algumas dificuldades, devido ao fato de a maioria do Congresso ser oposicionista, no caso, aliados e partidários da ex-Presidente Cristina Kirchner.  

Porém, para Eduardo Crespo, professor de Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macri tem dado sinais de que passará ao largo de tais possíveis dificuldades:

“O Governo Macri vem atropelando a formalidade, pois nomeou por decreto dois juízes da Suprema Corte de Justiça, e até anulou leis nacionais do Congresso, como é o caso da polêmica lei que regulamentava o funcionamento da mídia e que foi sancionada no Governo de Cristina Kirchner – a famosa Lei de Meios.”

O Professor Crespo pensa que a disposição do Executivo argentino é não se deixar frear por disposição formal nenhuma: “Se Macri tiver um acordo para assinar com os fundos abutres, ele vai assinar e pronto.”

Eduardo Crespo, no entanto, considera prematuro emitir qualquer juízo de valor acerca das relações entre a Presidência da República e o Parlamento da Argentina. Na opinião do especialista, é preciso dar tempo ao tempo e observar como estas relações vão se processar. Para Crespo, o Governo Macri ainda está no início, e qualquer opinião sobre possíveis desavenças entre os poderes constituídos poderá ser precipitada.

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