"Todo o trabalho na construção do motor atômico está em curso, de acordo com os calendários previstos. Podemos dizer com um grande grau de certeza de que o trabalho será concluído dentro do prazo previsto", disse Andrei Ivanov, porta-voz da Corporação Estatal de Energia Atômica da Rússia (Rosatom), citado pelo jornal Izvestia.
Andrei Ionin, da Academia Cosmonáutica Tsiolkovskiy da Rússia, disse ao Izvestia que o programa prevê um plano mais amplo para a exploração espacial, o qual deverá orientar a direção da construção do motor.
"É claro que um motor atômico é necessário apenas para a exploração do espaço distante", disse ele.
"Projetos como a criação de um motor atômico têm que acontecer no contexto de um projeto maior, a fim de que se possa compreender de modo preciso por que exatamente nós estamos construindo essa poderosa fonte de energia", acrescentou Ionin.
Nesta segunda-feira (18), a Rosatom revelou que alguns aspectos da construção do motor já estão em andamento.
"Duas etapas importantes do projeto foram recentemente realizadas", disse Ivanov, mencionando testes de pressão com o invólucro do reator e medições em 3D do metal, da soldagem e da intersecção cônica do revestimento.
Atualmente, sondas espaciais como a Voyager e a Pioneer, da NASA, usam geradores termoelétricos de radioisótopos (RTG) para converter o calor do plutônio radioativo 238 em eletricidade útil. Estas baterias atômicas têm sido usadas desde a década de 1960 em missões espaciais de longo prazo, não-tripuladas, realizadas às escuras em direção aos confins do sistema solar, ou ao lado noturno de planetas onde as baterias de energia solar são inúteis.