O primeiro encontro entre altos diplomatas do Afeganistão, Paquistão, EUA e a China – o chamado grupo coordenador quadrilateral – se realizou em 11 de Janeiro, em Islamabad. A segunda ronda de negociações teve lugar somente uma semana depois.
Entretanto, nem todos no Afeganistão são de opinião que é possível dialogar com os talibãs. Sarah Sorkh Abi, membro da comissão para negociações pacíficas (com os talibãs), disse, em entrevista à Sputnik, que é duvidoso que os talibãs participem das negociações.
Entretanto, agora a situação ainda é mais grave porque o movimento está se separando em grupos diferentes e não está claro qual deles pode ser envolvido nas negociações. Além disso, estes grupos estão lutando uns aos outros e com o Daesh. Mesmo durante as negociações, as explosões e confrontos não param. Sorkh Abi sublinhou que o objetivo principal do grupo coordenador é resolver problemas de qualquer grau de dificuldade. Na sua opinião, os EUA podem pressionar os talibãs se quiserem. O Paquistão pode encontrar um compromisso com “os seus talibãs”. A China também pode ajudar, afirmou a especialista,
No entanto, nem todos estão de acordo com Sorkh Abi. O observador político afegão Saeed Abdoulhamid Safout disse ao correspondente da Sputnik que as negociações são uma boa oportunidade de atingir a paz.
“O grupo negociador tem um grande potencial. O Afeganistão poderá atrair às negociações outros países, especialmente aqueles que estão sob a ameaça do terrorismo, bem como países vizinhos, interessados em estabilizar a situação no Afeganistão”.
Ela destaca que a presença da Rússia à mesa de negociações é necessária porque a Rússia pode prestar ajuda ao Exército afegão e influenciar o Paquistão.
“A Rússia pode desempenhar um papel chave no Afeganistão, pode apoiar-nos de forma militar ou económica e, o que é mais importante, a Rússia não está interessada em usar o Talibã ou quaisquer outros militantes para os seus objetivos”.
O diretor do Segundo Departamento da Ásia da chancelaria russa, Zamir Kabulov, considera que ainda é cedo para avaliar os esforços do grupo coordenador. A Rússia apoiará a iniciativa do quarteto.