Relatório da ONU: mais de 18 mil civis mortos no Iraque

© AFP 2023 / ALI AL-SAADI / Acessar o banco de imagensAtaque com carro-bomba no Iraque ocorreu durante comemorações do fim do Ramadã, em mercado movimentado da cidade de Khan Bani Saad
Ataque com carro-bomba no Iraque ocorreu durante comemorações do fim do Ramadã, em mercado movimentado da cidade de Khan Bani Saad - Sputnik Brasil
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Segundo relatório da ONU, divulgado nesta terça-feira (19), o número de civis vítimas da violência no Iraque, nos últimos dois anos, seria de 18.802 pessoas mortas e 36.245 feridas.

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Os números, que a organização admite estarem provavelmente aquém da realidade, correspondem a mortos e feridos registados entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de outubro de 2015 pela missão das Nações Unidas no Iraque (Unami) e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

“O obsceno número de vítimas não chega para refletir com exatidão o terrível sofrimento dos civis no Iraque”, afirmou o Alto-Comissário, Zeid Ra’ad Al Hussein, num comunicado. “Os números representam aqueles que foram mortos ou mutilados pela violência ostensiva, mas inúmeros outros morreram por falta de acesso a alimentos, água ou cuidados médicos básicos”, destacou.

A ONU afirma que 3,2 milhões de pessoas estão deslocadas no interior do país desde o início de 2014, quando o grupo extremista Daesh tomou vastas áreas do Iraque.

O relatório destaca as atrocidades cometidas pelo grupo jihadista, fornecendo “numerosos exemplos de assassinatos em espetáculos públicos bárbaros, em que a vítimas são fuziladas, decapitadas, queimadas vivas ou atiradas do topo de edifícios”.

O documento denuncia também relatos da execução de crianças-soldado que tentam fugir do grupo extremista e da “contínua sujeição de mulheres e crianças à violência sexual, especialmente sob a forma de escravatura sexual”.

“O tratamento dado às crianças é especialmente horrendo. Menores até de nove anos são usados como escudos humanos, como bombas humanas, como primeira linha de combate”, disse, em teleconferência entre Bagdá e Genebra, o diretor para os direitos humanos da missão no Iraque, o italiano Francesco Motta.

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“Esses atos, em alguns casos, podem constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídio”, afirma o relatório, baseado em grande parte nos relatos de testemunhas e de vítimas.

Os peritos da ONU afirmam ainda que numerosas valas comuns foram descobertas em zonas que estiveram sob controle dos jihadistas, bem como valas comuns que remontam aos tempos do regime de Saddam Hussein (1979-2003).

O relatório também acusa as forças de segurança iraquianas e os seus aliados – milícias, grupos tribais e peshmergas (combatentes curdos) – de assassinatos ilegais e sequestros.

“Muitos desses incidentes envolvem pessoas suspeitas de terem colaborado com o Estado Islâmico”, informa o documento, que critica o fracasso das forças de segurança na proteção dos civis, informou Agência Brasil.

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