A respetiva declaração foi feita pelo presidente iraniano Hassan Rouhani após o levantamento das sanções ocidentais contra o seu país.
O acordo sobre o programa nuclear iraniano foi assinado em julho de 2014 e libertou o país das sanções econômicas e financeiras introduzidas pelos EUA e a União Europeia em 2005. As sanções foram motivadas pela alegada natureza militar do seu programa nuclear.
Os EUA e a UE confirmaram oficialmente a revogação das sanções contra o Irã em 16 de janeiro deste ano.
Segundo opinou à Sputnik o especialista em Oriente Médio e pesquisas sobre as relações com os EUA, professor Fouad Izadi, todo o processo das negociações mostrou que os Estados Unidos tentam ditar as suas regras.
Izadi sublinhou que, durante quaisquer negociações, as partes devem estar prontas para fazer concessões, serem flexíveis, de maneira a atingir um acordo. Mas parece que os Estados Unidos não acham necessário fazer isso:
“Pelo contrário, [o governo dos EUA] tenta impor os seus interesses sem tomar em conta a nossa posição. Por isso, o Irã acha que o diálogo com os EUA sobre qualquer questão não levará a nada e as negociações serão infrutíferas e inúteis. É uma perda de tempo.”
O Conselheiro do Presidente para Assuntos Externos do Parlamento iraniano Hossein Sheikholeslam também comentou a declaração do presidente iraniano à Sputnik, especialmente sublinhando o fato de que as negociações só visaram discutir o programa nuclear do país e não as questões regionais.
“Falando sobre os contatos futuros entre o Irã e os EUA, é possível dizer certamente que tudo depende da implementação do Plano Conjunto de Ações (sobre o programa nuclear do Irã). Quando os americanos cumprirem os seus compromissos, sim, o Irã realizará negociações. Quanto a outras questões regionais, nós não precisamos de travar diálogo com Washington”.
Geralmente, parece bastante óbvio de que as relações bilaterais entre o Irã e os EUA atualmente não prometem grandes mudanças. O exemplo claro é a recente introdução por parte dos EUA de mais sanções contra o país árabe. Desta vez são ligados com o programa de mísseis balísticos.
Worth remembering, US sanctions on Iran relating to rights violations, ballistic missile tests and support for terror groups stay in place.
— Andrew Beatty (@AndrewBeatty) 16 января 2016
Fouad Izadi, investigador da Universidade de Teerã que realiza pesquisas sobre as relações com os EUA, destacou em declarações à Sputnik:
“Se os EUA mudarem a sua política, existe a possibilidade de que as nossas relações vão melhorar. Mas atualmente não há sinais de que Washington venha a mudar a sua política externa”.