Ao mesmo tempo, o diplomata sublinhou que esse dia pode ser também considerado a data de começo de outras dificuldades. Zarif acentuou em particular a crise nas relações do Irã com a Arábia Saudita, dizendo:
“As ações agressivas de Riad são ditadas pelo medo das autoridades sauditas frente ao retorno do Irã à política internacional. A retórica da Arábia Saudita de divulgação de mentiras e iranofobia não deu resultados. A inimizade com o Irã nunca deu qualquer vantagem a ninguém”.
Mas o que é realmente a iranofobia? O especialista iraniano no Oriente Médio, ex-conselheiro do chanceler iraniano Sabbah Zanganeh, partilhou a sua opinião sobre esta questão com a Sputnik.
Segundo ele, o termo iranofobia é usado no contexto político pelo menos durante as últimas três décadas, mas nos últimos 4-5 anos é muitas vezes usado literalmente.
“Este termo inclui várias características conceptuais e é determinado pelos eventos que ocorrem na região. O Irã saiu do controle e das esferas de influência dos Estados Unidos e dos países ocidentais, o que resultou no crescimento da hostilidade para com a República Islâmica na mídia ocidental,” disse.
Zanganeh sublinhou que, em vez de aceitar o estado atual do Irã, os países até começaram a propaganda contra o país:
“Chegaram ao ponto de, através da criação de grupos terroristas, tais como o Talibã no Afeganistão, a Al-Qaeda no Oriente Médio e, mais tarde, o Daesh e Frente al-Nusra na Síria e no Iraque, os países ocidentais tentaram envolver o Irã nos conflitos regionais e na confrontação. Eles tentaram através desta via enfraquecer o poderio iraniano.”
“Mesmo assim, a Arábia Saudita continua vendo no Irã um inimigo sério e não está pronta a resignar-se [à assinatura do acordo]. É claro que os EUA não vão negar o apoio ao seu aliado quando este ataca o Irã, fazendo-o inclusive através de várias démarches e protestos. Não estão excluídas provocações.”