“Para nós o Irã é o inimigo principal e, ouvindo outras opiniões sobre o assunto, posso somente sublinhar que, se escolhesse entre o Irã e o Daesh, escolheria o Daesh”.
“Durante as últimas duas ou três décadas, Israel assumiu tais posições que, para a existência, estabilidade e segurança do seu próprio Estado, é benéfico que nos países-vizinhos da região haja caos, conflitos e guerras civis”.
Depois Abshenass indicou exemplos que provam as suas palavras:
“Na sequência de investigações, foi confirmado que os terroristas que lutam na Síria eram hospitalizados e reabilitados em Israel e, depois disso, voltavam ao combate para continuar a luta contra o presidente Bashar Assad”.
Segundo o especialista, no caso de derrota dos grupos militantes “o exército da Síria poderá tornar-se forte de novo e capaz de dar um golpe de resposta contra Israel” o que claramente contradiz os interesses israelenses.
“Nas atuais condições, quando a política de iranofobia sofreu um fiasco, Israel já não pode obter as preferências às quais antes tinha acesso”, concluiu.
Ao mesmo tempo, após a assinatura do acordo nuclear iraniano, a atitude do Ocidente em relação ao Irã mudou em muitos aspetos, explica Emad Abshenass. Assim, diz ele, o ministro do Exterior alemão Frank-Walter Steinmeier sublinhou o papel do Irã nos esforços de criação de segurança no turbulento Oriente Médio.
“Hoje reparamos que a perceção do Irã pelo Ocidente está mudando em muitos aspetos. O Ocidente na sua política já atua de maneira mais lógica e racional em relação ao Irã. Mas ainda é cedo para dizer que o Ocidente está pronto a chamar o Irã de seu aliado. Entretanto, o nível de confiança por parte do Ocidente cresceu bastante”.