A Somália é um país instável e é dividido de fato em vários Estados governados separadamente. O grupo terrorista al-Shabaab e os piratas que assolam as águas adjacentes ao Corno Africano são duas ameaças reconhecidas. Não só são ameaças à Somália, senão a vários países.
Em uma entrevista à Sputnik Turkiye, Erdogan Karakus, chefe da Associação Turca de Militares Reformados, ressaltou que "há muito que existe a necessidade da instauração dessa base".
Karakus, que tem no seu histórico os cargos de chefe de várias agências e serviços militares da Turquia, lembrou da missão militar turca chefiada pelo general Cevik Bir, enviada à Somália em 1992 pelas Nações Unidas. Depois, Bir se tornou o comandante da UNOSOM II, contingente militar da ONU na Somália.
"Depois de ter cumprido as tarefas necessárias, foi tomada a decisão de abandonar a Somália. Mas depois <…> a Somália passou ao controle de vários grupos", reitera o ex-militar.
Perguntado sobre a vantagem que uma base própria, e não conjunta com a ONU, pode trazer à Turquia, Karakus frisou que as águas somalianas são patrulhadas inclusive por "um ou dois" navios turcos.
O entrevistado reconhece que "os custos de manutenção da base serão consideráveis", mas "ao mesmo tempo, [a base] poderá reduzir os custos ligados ao abastecimento de combustível e à transportação de materiais indispensáveis para a patrulha militar nas águas da Somália".
Perguntado sobre o perigo de aumento do grau de violência por parte do al-Shabaab contra os turcos por causa da sua presença militar no país, Erdogan Karakus disse o seguinte: "Atualmente <…> nós estamos sofrendo com ataques por parte dos militantes do Daesh [grupo terrorista também conhecido como "Estado Islâmico"] e PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão, isto é, o seu braço armado]. Estamos acostumados à atividade de terroristas. Mas de todos os modos, temos que combatê-los".