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Brasil fechou 1,5 milhão de vagas de trabalho em 2015

© Rafael Neddermeyer / Fotos PúblicasCarteira de Trabalho e Previdência Social
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Com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Cadeg), o Ministério do Trabalho divulgou que o país terminou o ano de 2015 com cerca de 1,5 milhão de vagas fechadas, a maior perda de postos de trabalho com carteira assinada dos últimos 24 anos.

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A Região Sudeste foi a que mais sofreu com o desemprego. O Estado de São Paulo foi o mais afetado, registrando 466 mil demissões, principalmente por causa do baixo desempenho da indústria, que foi o setor que mais cortou vagas em todo o país. Logo atrás vem o Rio de Janeiro, com menos 183 mil vagas de trabalho em 2015. O desemprego fluminense afetou principalmente as áreas de serviços, indústria e da construção civil.

Já no Nordeste a queda no nível de emprego foi de 3,74%, sendo o Estado de Pernambuco o mais afetado, com mais de 89 mil vagas fechadas.

De forma geral, todos os Estados apresentaram mais demissões do que contratações, anulando os resultados positivos dos últimos dois anos. Desde 2002, as contratações estavam sempre superando as demissões, mas ao somar 2013 e 2014 se chega justamente a cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho, o mesmo número em perdas de vagas de 2015.

De acordo com o levantamento oficial, o único setor que teve contratações em 2015 foi o do agronegócio, que empregou 9,8 mil pessoas.

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O Ministro do Trabalho, Miguel Rossetto, reconhece que 2015 foi um ano muito difícil, e que o fechamento das vagas aconteceu por conta da economia em recessão e da disparada da inflação, que ficou em 10,67% no ano. Apesar dos números negativos, porém, o Ministro Rossetto enfatizou que o Brasil terminou 2015 com mais de 39 milhões de empregos formais, e garantiu que o mercado de trabalho tem capacidade de se recuperar de forma rápida, ressaltando que as conquistas alcançadas no decorrer dos anos foram preservadas.

“Encerramos 2015 com um estoque de trabalho, de emprego no mercado formal, de 39.663 milhões postos de trabalho. Estamos num patamar superior a dezembro de 2012. Nós preservamos as conquistas importantes dos últimos anos em relação à ampliação forte do mercado de trabalho. Portanto, não é verdade, não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas dos últimos anos. Se nós pegarmos a série de 2013 até 2015, preservamos um volume alto no mercado formal de trabalho de 16,8 milhões de postos de trabalho.”

Já o Deputado Federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) ressalta que desde 2014 o panorama da oferta de empregos no Brasil já apresentava estagnação, com economia zero, sem crescimento:

“Você soma os números negativos a toda a loucura que tem o sistema tributário brasileiro, a elevada taxa de juros, a elevação da inflação, e aí vem um círculo negativo que tomou conta do país. Não há medida econômica do Governo que estanque essa hemorragia em que está vivendo o Brasil, e quem mais paga é o trabalhador.”

Então, não há solução? O emprego formal tende a desaparecer?

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“Não tende a desaparecer”, garante o deputado do PSDB. “A economia é muito grande. Nós temos hoje 10 milhões de empresas no Brasil, e cerca de 70% dos novos empregos estavam vindo da micro e da pequena empresa, embora representem apenas a quarta parte da economia brasileira. Em função da retração e da recessão, e agora da depressão econômica, os Governos estaduais e o próprio Governo Federal aumentando o rigor tributário, aumentando alíquotas e exigências fiscais sobre a micro e pequena empresa, elas estão demitindo muito. A construção civil brasileira praticamente parou – foram mais de 500 mil desempregados.”

O Deputado Luiz Carlos Hauly ainda chama atenção para o fato de que, neste círculo de empregados e desempregados, aqueles que estão sendo recontratados estão sendo readmitidos com salários menores. Segundo Hauly, está na hora de sair desse círculo negativo. “O momento é de se repensar o país de uma forma global.”

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