A recente decisão não agradou a todos. A Sputnik discutiu o assunto com vários especialistas e muitos concordaram que a decisão dos EUA parece controversa.
O parlamentar e general afegão Nazifa Zaki comentou o assunto:
“Quaisquer iniciativas como esta, segundo as normas, devem ser coordenadas pelo lado americano primeiro com representantes das Forças Armadas do Irã e, depois, com base no entendimento atingido, devem ser aprovadas pelo governo. Só em caso de resposta positiva é possível atacar posições de militantes. Caso contrário, existem riscos elevados de realizar ataques contra outros alvos que nada têm a ver com a operação”.
Segundo o especialista, o povo afegão está cansado da guerra e sonha em por fim a todas as organizações terroristas.
Enquanto isso, para os Estados Unidos existem terroristas “aceitáveis” e “inaceitáveis” no Afeganistão, opinou à Sputnik o especialista militar Abdoulsabur Sabur. Ele avança a hipótese de os militantes do Daesh [grupo, proibida na Rússia] terem feito algo mau ao Pentágono e ter sido isso que levou à tomada da decisão de atacá-los.
“O senhor Obama se contradiz muitas vezes a si mesmo, em certos casos dissimula. Por um lado, ele saúda os militares que honestamente combatem os terroristas no Afeganistão mas, por outro, chama de falsos àqueles países que se pronunciam contra o terrorismo no Afeganistão”, disse.
Ele também sublinhou que, ao tomar tal decisão, Obama “admite a sua incompetência” em relação à luta contra terrorismo no Afeganistão. O especialista notou que tem dúvidas sobre sucesso da nova operação norte-americana no Afeganistão.
“De acordo com a minha informação, os EUA combatem dois grupos no Afeganistão. Um deles é aquele que foi criado pelos próprios americanos e contra o qual alegadamente ‘lutam’ por meio de brandas operações. E o outro são os que realmente lutam contra os militantes”, disse.
Os EUA realizam desde 2001 operações militares contra terroristas da Al-Qaeda e do movimento Talibã no Afeganistão. Inicialmente foi planejado retirar todas as tropas americanas em 2014. Entretanto, a pedido do governo afegão, parte do contingente norte-americano ficou no país para ajudar as forças de segurança locais. Recentemente, Washington fez tentativas de promover negociações de paz entre o governo e a oposição armada representada pelo Talibã.