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Passarela do Samba recebe ação de combate ao mosquito Aedes Aegypti

REPORTAGEM MOSQUITO SAMBÓDROMO
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Como parte das ações de combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e a febre Chikungunya, no Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde realizou nesta terça-feira uma ação para eliminar possíveis focos do inseto no Sambódromo, local onde acontecerão os desfiles das Escolas de Samba entre os dias 5 e 8 de fevereiro.

Ao conversar com a imprensa, o Coordenador de Vigilância Ambiental e Saúde, Marcos Vinícius Ferreira, explicou que a ação é realizada ao longo do ano, com os agentes de vigilância atuando dentro e no entorno do Sambódromo de 15 em 15 dias. Mas, com a proximidade do período do Carnaval, as vistorias estão sendo realizadas semanalmente na região.

“O Rio é uma cidade de grandes eventos. Quando você tem um grande evento, você tem o pré, ou seja, nós fazemos uma ação antes um pouco, mais intensificada. Durante e depois, isso já é normal, já é uma rotina no Rio de Janeiro. Todo ano nós fazemos uma ação no Sambódromo. Nós ficamos muito preocupados, porque a aglomeração de pessoas advindas de lugares diferentes torna-se muito mais perigosa. Primeiro, você tem as pessoas juntas, ou seja, para o mosquito fica mais fácil picar alguém. Você tem pessoas de vários países do mundo, e pode ser que lá estejam com todo tipo de vírus circulante… Ou seja, fica um local mais perigoso”.

Segundo Ferreira, os agentes de saúde realizam a vistoria na Marquês de Sapucaí, passando o inseticida fumacê e destruindo possíveis criadouros de larvas do mosquito.

“Nós fazemos um tratamento, como se fosse pontos estratégicos. Estrategicamente, o Sambódromo tem todas as condições de o vírus entrar. Mais ou menos um mês antes, nós começamos a intensificar as ações nesses locais, porque temos a questão da obra, tem a construção de arquibancadas, colocação de cadeiras. Durante à noite, o empregado, às vezes, não toma aquele cuidado necessário. Aí, durante o dia, os agentes de saúde vêm e fazem a varredura, ou seja, a eliminação dos depósitos (criadouros), e o tratamento, se necessário. Uma vez por semana fazemos o trabalho com ultra baixo volume, que é com o fumacê (inseticida), que diminui a população de mosquitos no local. Você diminuindo a população de mosquitos, terá menos mosquitos fêmeas, e, consequentemente, menos ovos, menos larvas e menos mosquitos”.

Desde o início de 2016, os agentes de saúde já realizaram quase 706 mil visitas de inspeção, onde foram tratados 121.624 depósitos e 46.224 criadouros do mosquito, em toda a cidade do Rio de janeiro. Durante o período de carnaval, a Prefeitura também intensifica as ações de combate ao Aedes Aegypti nas quadras das escolas de samba, onde acontecem os ensaios das agremiações, nos blocos que desfilam pelas ruas da cidade e também na Cidade do Samba, onde as escolas constroem suas alegorias e adereços para o desfile no Sambódromo.

A principal preocupação do governo brasileiro no momento é quanto à epidemia do zika vírus, causador da microcefalia, doença que leva bebês à malformação do cérebro. Na segunda-feira (25), o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, chegou a falar ao visitar a primeira sala Distrital de Comando e Controle para o Combate ao Aedes Aegypti, em Brasília, que o Brasil está perdendo a luta para o mosquito, ressaltando os mais de 1,5 milhão de casos de dengue que aconteceram no Brasil em 2015.  

“Agora é uma guerra completa contra o mosquito, e essa batalha nós precisamos vencer. Nós somos obrigados a vencer, sob pena da história nos julgar, a nós todos, nós, sociedade brasileira, de não termos tido a competência suficiente para eliminar um mosquito que transmite doenças tão graves e que pode trazer uma geração de pessoas que vão precisar de cuidados especiais para o resto das suas vidas”.

Castro fez questão de enfatizar que a melhor prevenção no momento ainda é o combate ao mosquito, e que a mobilização da sociedade brasileira será fundamental e imprescindível para evitar uma epidemia maior da microcefalia.

“Todos os nossos esforços são dirigidos em uma ação única, concentrada, que é o combate ao vetor, é o combate ao Aedes Aegypti, porque nós não temos ainda outra arma disponível. A arma fatal maior que nós podemos ter é a vacina, só que sabemos que (para ter) uma vacina desse tipo — nós já estamos com nossos laboratórios nacionais em contato para fazer parcerias com os laboratórios internacionais —, por mais rápido que ande o desenvolvimento, nós iremos demorar ainda de três a cinco anos pelo menos, se tudo der certo. Até lá, o que nos resta é o combate ao mosquito. Para os nossos técnicos, pesquisadores, cientistas e estudiosos no assunto, a maneira mais eficiente de combater o mosquito é evitar que ele nasça, destruindo os seus criadouros”.

A Sala Distrital de Comando e Controle para Combate ao Aedes Aegypti faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, e, segundo o Ministério da Saúde, todos os estados da federação terão um local similar. A sala da capital está em funcionamento desde dezembro passado, e o local possui as informações para que todos os órgãos envolvidos possam atuar, monitorar, controlar e definir estratégias eficazes de combate ao mosquito, sobretudo no que diz respeito ao combate à sua reprodução.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, de dezembro até agora foram registrados 3.893 casos suspeitos de microcefalia no Brasil. A região Nordeste do país é a mais afetada, com 87,4% dos casos, o equivalente a 3.402. O estado de Pernambuco é o que tem mais casos suspeitos, 1.306. Em seguida vem a região Sudeste, com 240, sendo 122 apenas no Rio de Janeiro. A região Centro-Oeste do país aparece com 161 casos, enquanto a Norte tem 89 e o Sul, apenas um. De todos os casos suspeitos, em apenas seis foi confirmada a relação da microcefalia com o zika vírus.

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