Segundo Barbosa, Lagarde é o nome mais qualificado e de maior confiança dos países emergentes para a condução de temas multilaterais importantes, como a proposta de reforma de quotas do Fundo, com o aumento da participação das economias em desenvolvimento nas decisões estratégicas da diretoria. O prazo para apresentação de candidaturas termina em 10 de fevereiro.
A própria Lagarde anunciou no último dia 22 sua intenção em concorrer a mais uma mandato à frente do FMI, e já disse ter recebido apoio de vários países como França, Grã-Bretanha, Alemanha, China, Coreia do Sul, México, além do Brasil. A decisão sobre o nome do novo diretor-gerente será anunciada no dia 3 de março. Os mandatos têm duração de cinco anos.
Lagarde – primeira mulher a ocupar o posto de diretor-gerente no Fundo – assumiu o cargo em junho de 2011, após o afastamento polêmico de Dominique Strauss-Kahn, acusado de assédio sexual a uma funcionária de hotel em Nova York. Em plena rota de esfriamento da economia mundial, ainda em consequência da crise dos subprimes nos Estados Unidos em 2008, ela conquistou respeito e admiração de governos de vários países.
Com uma posição diplomática e conciliadora – embora dura às vezes nas críticas, como as que dirigiu por mais de uma vez contra o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a chamada guerra cambial – Lagarde sempre foi uma voz ouvida em todos os mais importantes fóruns e encontros de debate sobre como retomar o crescimento da economia mundial.
Lagarde tem um extenso currículo na vida pública. Ela foi ministra de Comércio Exterior na França (2005 a 2007), ocupou o Ministério da Agricultura e Pesca (2007), Ministério das Finanças, Indústria e Emprego (2007 a 2011), entre outros cargos. Divorciada, tem dois filhos e se confessa uma vegetariana convicta e entusiasta de yoga, mergulho, natação e jardinagem.