Argentina promete proposta de renegociação a fundos abutres ainda esta semana

Nos siga no
O secretário de Finanças da Argentina, Luis Caputo, informou nesta terça-feira, 2, que o governo vai apresentar ainda esta semana uma proposta formal para destravar as negociações visando a um acordo com os chamados fundos abutres, que reclamam na Justiça o pagamento de até US$ 10 bilhões devidos, segundo eles, com o default da dívida de 2001.

A informação foi dada após Caputo ter se reunido, em Nova York, com o representante dos fundos, Daniel Pollack, na primeira de uma série de reuniões conciliatórias. Os encontros estava marcados para a semana passada, mas foram adiados a pedido dos credores que alegaram questões de logística.

A indicação de Pollack como mediador na questão foi feita pelo juiz da Corte de Nova York Thomas Griesa que, em outubro do ano passado, suspendeu o pagamento US$ 539 bilhões que o governo argentino pretendia efetuar a 93% dos credores que aceitaram renegociar a dívida, conforme proposta da Casa Rosada, de pagar o débito com descontos de até 60% do valor de face dos títulos no prazo de 30 anos. Griesa chegou a determinar o congelamento de ativos do Banco Central argentino como garantia para esses pagamentos, o que provocou forte reação da Casa Rosada até o parecer da Corte Suprema americana derrubando a determinação.

Cartazes rezando Soberania ou calote dos abutres em uma parede em Buenos Aires. - Sputnik Brasil
Argentina começa a renegociar dívida com os fundos abutres

O juiz justificou a decisão, afirmando que o dinheiro ficaria bloqueado até que a Argentina quitasse sua dívida primeiro com os fundos abutres que, embora representem apenas 7% do total de credores, têm demonstrado forte poder de pressão e, com isso, impedido que a Argentina retorne ao mercado financeiro internacional, obtendo financiamentos com taxas de juros mais vantajosas.

As operações desses fundos têm sido muito questionadas nos últimos anos. Entre as críticas, estão a de que eles compram títulos desvalorizados no mercado secundário a um preço muito menor do que o valor de face, não participam de acordos de reestruturação propostos pelos Estados devedores e exigem na Justiça o pagamento integral da dívida.

Segundo o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – baseados em levantamento do Centro Sur, organização não governamental com sede em Genebra, na Suíça – de 1998 a 2008, esses fundos moveram 54 ações contra 12 países no valor de US$ 1,7 bilhão. Só em 2000, após quatro anos de disputa na Justiça, o Peru foi obrigado a pagar quase US$ 56 milhões por títulos comprados por US$ 11,8 milhões.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала