Adeus, Guerra Fria: O que significa a visita de Raúl Castro a Paris

© REUTERS / Philippe WojazerPresidente francês Francois Hollande recebe o chefe de Estado de Cuba, Raúl Castro
Presidente francês Francois Hollande recebe o chefe de Estado de Cuba, Raúl Castro - Sputnik Brasil
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Após a visita de François Hollande a Cuba em maio de 2015 – a primeira de um líder europeu ao país em 50 anos – o presidente da ilha caribenha, Raúl Castro, completou ontem (3) uma histórica visita de Estado a Paris – a primeira de um líder cubano a um país da União Europeia.

​Recebido com honras militares no Arco do Triunfo, após ter percorrido uma Champs Elysées especialmente decorada com bandeiras francesas e cubanas para a ocasião, Castro se reuniu com Hollande no Palácio do Eliseu na segunda-feira (1º).

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Os dois líderes reafirmaram a vontade mútua de reforçar as relações bilaterais e o diálogo político e assinaram acordos específicos relativos ao setor de transportes e turismo. 

Além disso, os chefes de Estado ressaltaram a importância do acordo alcançado entre Havana e o Clube de Paris em 12 de dezembro do ano passado para reformular a dívida cubana. Em virtude do convênio, Cuba conseguiu o perdão de 8,5 bilhões de dólares de seus credores.

​Na terça-feira (2), Castro se reuniu com altos funcionários na capital francesa. Ele começou o dia com uma reunião com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, na sede da organização em Paris.

​Depois, o chefe de Estado cubano se reuniu sucessivamente com o presidente da Assembleia Nacional da França, Claude Bartolone, com o presidente do Senado, Gerard Larcher, com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e como o primeiro-ministro Manuel Valls.

​Após as reuniões, Castro fez uma visita ao Museu do Homem, cuja reforma foi recentemente concluída.

​Além disso, ainda na terça-feira, ele participou de um fórum empresarial na sede do Movimento de Empresas da França, onde abordou novas oportunidades de investimento e negócios na ilha.

​Desde 1991, a França tem pedido a suspensão do embargo econômico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que, instituído em 1962 no contexto da Guerra Fria, impõe até hoje grandes obstáculos para o desenvolvimento do país latino-americano.

​Segundo afirmou Hollande na declaração conjunta após o encontro com Castro, o presidente dos EUA, Barack Obama, “deve agora seguir adiante e permitir que este vestígio da Guerra Fria se encerre".

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Apesar das dificuldades econômicas, entretanto, Cuba mostra “estatísticas lisonjeiras em matéria de saúde e educação”, segundo lembrou o jornal francês Le Monde durante a visita de Castro a Paris.

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