A alegação é fortemente rejeitada por Letts e por sua família. No último dia 30, em entrevista pelo aplicativo Telegram ao jornal The Independent, o suposto jihadista negou a acusação de ter se juntado ao Daesh, mas admitiu que foi para a Síria para espalhar a mensagem de Alá e para lutar pela queda do Presidente Bashar Assad.
Além disso, ele teria chamado o primeiro-ministro britânico, David Cameron, de “criatura maléfica”, e dito que “a coalizão liderada pelos Estados Unidos [na Síria] é um plano tramado nos corações e mentes doentes de alguns dos inimigos de Alá”.
Seus pais, Sally Lane e John Letts — respectivamente, uma ex-editora de livros e um fazendeiro orgânico —, negam veementemente a alegação de que o filho teria se unido ao Daesh e afirmam se sentir “traídos” pela cobertura da mídia sobre a história, segundo reporta o The Independent. Presos sob a lei antiterrorismo britânica por tentar enviar dinheiro ao filho, eles insistem que a quantia seria usada para a compra de um novo par de óculos.
On #c4news now, the parents of "Jihadi Jack" tell me they have been arrested for trying to help him: pic.twitter.com/SGOaMZpIL0
— Darshna Soni (@darshnasoni) 4 fevereiro 2016
Em entrevista ao Channel 4 News, o casal disse temer que seu filho não saia vivo da Síria.
"Nós não sabemos exatamente onde ele está. Se você sabe que ele está em perigo ou não consegue enxergar direito… Que pais não tentariam conseguir para seu filho um par de óculos, se ele não consegue enxergar direito?", declarou o Sr. Letts. "Eu estou furioso, realmente. Estou muito irritado. Eu acho que é uma loucura que não possamos enviar um centavo para o nosso filho doente para ajudá-lo a sair ou para ajudá-lo de qualquer maneira, porque nós vamos ser vistos como apoiadores do terrorismo", continuou.
Segundo a polícia do Reino Unido, cerca de 700 pessoas são suspeitas de deixar a Grã-Bretanha e viajar à Síria e ao Iraque para se juntar a várias organizações jihadistas. Outros dados, no entanto, sugerem que o número é mais que o dobro das estimativas oficiais da polícia.
"Nós ainda estamos vendo pelo menos cerca de cinco pessoas saindo do Reino Unido para a Síria e o Iraque a cada semana — e isso para não contar as que não sabemos", disse uma fonte de inteligência estrangeira citada pelo Sunday Times.