Inspirado pela canção da década de 1940, da compositora mexicana Consuelo Velásquez, um dos fundadores do bloco, o também mexicano Ezequiel Soto, contou à Agência Brasil que a ideia de fundar o Bésame surgiu no aniversário dele. "Era uma forma de integrar as culturas e de festejar", disse. Depois, a ideia ganhou vida própria.
"Hoje é um bloco de amigos que se expande todos os anos. Tem francês, italiano, alemão… É uma babel", diz Soto, que estuda no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, instituição de referência no mundo.
Em seu quarto ano de desfile no bairro de Santa Teresa, o repertório vibrou ao som de arranjos mais latinos ainda, incluindo para o carimbó, com destaque para a música Jamburana, de Dona Onete, Afro Blue, uma peça clássica do percussionista cubano Mongo Santa Maria, além das argentinas Carnavalito (El Humahuaqueno) e a peruana Carinito. As músicas são cantadas em português e espanhol, por várias vozes, descendo e subindo as ladeiras do bairro.
Para ele, o Besame é uma chance de divulgar a cultura latino e de se misturar. "Não sei explicar, talvez, pela língua, tem uma barreira que faz o Brasil não conhecer o continente. Mas quando a gente toca, as pessoas gostam. Prova disso é o bloco cheio", constatou.