"O Irã está tentando fazer com que as suas relações com os EUA e o mundo sejam melhores do que eram no passado recente. No entanto, ao mesmo tempo, o Irã não quer que os EUA se tornem mais fortes. Isto é realmente um jogo de xadrez que os iranianos estão jogando com os EUA", observou o diretor da Fundação Internacional de Diálogo, sediada em Londres.
A lógica por trás da decisão do Irã é simples: se Teerã se afastar do petrodólar, os EUA terão menos controle do mercado do petróleo. No momento, o dólar é a moeda de todas as operações de commodities a nível mundial, especialmente no comércio de petróleo.
"Esta é literalmente a única razão de o dólar e a economia dos EUA estarem estáveis", destaca o analista.
Razvi também apontou que as elites financeiras ocidentais "necessitam do sistema do petrodólar" e que elas estão dispostas a utilizar quaisquer medidas, até campanhas militares, para proteger o status quo. Teerã está bem consciente das implicações da sua decisão, por isso realiza um " delicado jogo de xadrez " com os EUA.
"Saddam Hussein começou a vender petróleo em euros e nós sabemos o que aconteceu com o Iraque depois de 2001", frisou o analista.
No entanto, Razvi enfatizou que as chances de os EUA lançarem um ataque contra o Irã são escassas.
Segundo as previsões, a implementação do acordo iraniano, firmado em 14 de julho de 2015, virá adicionar pelo menos 500 mil barris por dia ao mercado de petróleo. Para Teerã, aumentar a produção deste combustível é uma forma de compensar as perdas financeiras que o país sofreu quando estava sob as sanções, levantadas em 16 de Janeiro passado por parte tanto dos EUA como da União Europeia.