Moscou espera que Turquia puna culpados pelo abatimento do Su-24 e peça desculpas

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O embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, falou, em uma entrevista à RIA Novosti, das expetativas de Moscou sobre as possíveis ações turcas após o incidente do avião militar russo, negou as acusações turcas de repetidas violações do espaço aéreo turco por jatos russos e documentou uma baixa de comércio entre os dois países.

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Lembramos que, no dia 24 de novembro, um caça F-16 turco abateu um bombardeiro Su-24 russo com dois pilotos a bordo no espaço aéreo sírio quando este regressava à base de uma operação antiterrorista. Na ocasião, Ancara alegou que a aeronave russa havia entrado no espaço aéreo da Turquia. Tanto o Estado-Maior russo quando o Comando de Defesa Aérea da Síria confirmaram que o jato russo nunca esteve no espaço aéreo da Turquia. O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu qualificando a ação da aviação turca de "golpe nas costas"

“Esperamos que o lado turco apresente um pedido formal de desculpas, puna os responsáveis e proporcione reparações pelos danos sofridos pelo nosso país”, disse Karlov.

O embaixador acrescentou que as declarações feitas pela Turquia no sentido de Ancara lamentar o incidente não forma suficientes.

As relações russo-turcas se deterioraram na sequência do abatimento do Su-24 russo. Em resposta, Moscou introduziu uma série de medidas restritivas em relação à Turquia.

As restrições contra Ancara incluíram o regime de vistos, o embargo contra certas categorias de produtos alimentícios, assim como a proibição de voos charter em ambas as direções e limites de recrutamento de trabalhadores turcos. 

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Entretanto, apesar do resfriamento das relações e da diminuição de contatos oficiais entre a Rússia e a Turquia, Ancara ainda tem nas mãos as possibilidades de resolver a crise atual, manifestou Karlov.

“Acreditamos que não é preciso um mediador. A nossa posição em relação ao lado turco é bem conhecida, nós interrompemos as relações diplomáticas mas ambas as embaixadas em Moscou e Ancara continuam funcionado. Se a Turquia quer dar passos reais para normalizar as relações, então tem todas as possibilidades de fazê-lo”, explicou.

No fim de janeiro o chanceler turco Mevlut Cavusoglu disse que a Turquia pretende normalizar as relações com a Rússia.

Nunca foram apresentadas provas de violações do espaço aéreo turco por jatos russos

“Cada vez [que a Turquia declara que um avião russo violou o seu espaço aéreo] pedimos ao lado turco para apresentar dados objetivos de controle. Posso declarar com responsabilidade que não recebemos estes dados, inclusive no caso da derrubada do nosso avião”, manifestou o embaixador da Rússia na Turquia.

Ele acrescentou que, até o momento, somente houve um incidente de violação do espaço aéreo turco por um avião russo durante missão de combate, que aconteceu em outubro.

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Em 3 de Outubro, um Su-30 russo entrou no espaço aéreo turco por alguns segundos na província de Hatay, na zona fronteiriça com a Síria. Segundo os dados da Força Aeroespacial da Rússia, o jato violou o espaço aéreo turco quando estava realizando uma manobra para evitar um sistema de defesa antimíssil de baseamento terrestre.  

Mais tarde, já depois do abatimento do Su-24, o Ministério do Exterior da Turquia declarou em 30 de janeiro que, no dia anterior, um caça Su-34 russo teria alegadamente violado o espaço aéreo do país. O Ministério da defesa da Rússia negou as acusações, classificando-os como infundadas. 

Em janeiro 2016 as exportações turcas para a Rússia caíram em três vezes

O resfriamento das relações bilaterais entre os dois países também resultaram em baixa do comércio russo-turco, confessou o embaixador da Rússia na Turquia Andrei Karlov. 

“Em Janeiro, o volume de exportações turcas para a Rússia caiu em três vezes, mas também há ‘exportações indiretas’ na construção civil, turismo e trânsito [de mercadorias] que constituem 15 bilhões de dólares anualmente, inclusive cerca de 4,5 bilhões de dólares na indústria do turismo. Estes números também caíram drasticamente”, disse.

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