Quem vai apresentar o pedido é o próprio ministro dos Recursos Naturais e Meio Ambiente da Federação da Rússia, Sergei Donskoi. Na segunda-feira da semana em curso, ele tinha afirmado que Moscou não vê razões que possam levar as Nações Unidas a rejeitar o pedido russo.
Contudo, o ministro não excluíu a possibilidade de um compromisso, o que pode "aumentar ou reduzir" os limites das futuras fronteiras.
Em 2001, a Rússia apresentou o seu primeiro pedido, que visava obter o reconhecimento internacional do seu direito sobre uma parte da plataforma continental que inclui a cordilheira de Lomonosov, a bacia dos Mergulhadores (Podvodnikov) e a dorsal de Mendeleev, além de outros locais subaquáticos. Mas naquela altura, o pedido foi rejeitado por falta de provas científicas.
E começou um longo processo de obtenção dessas provas, que incluiu conferências e muitas pesquisas científicas. Em meados de 2015, o ministro Donskoi anunciou a próxima apresentação do pedido.
Segundo as estimativas científicas, se o pedido for aceite pela ONU, isso significará para a Rússia um acréscimo de cerca de 1,2 milhões de quilômetros quadrados. Este território guarda 4,9 bilhões de toneladas de combustível. Cerca de 30% das reservas não exploradas de gás natural do planeta e 15% das de petróleo podem estar no fundo desta zona do Ártico, reivindicada pela Rússia.
Outro item também caro à Rússia é a Rota Marítima do Norte, que também passa por estas regiões polares.
Devido ao volume das informações a serem examinadas pela comissão correspondente (composta por sete pessoas), vários especialistas estimam que o exame do pedido russo pode demorar vários anos.
A comissão ampliada já recebeu 77 pedidos e analisou 22 deles. Esta comissão tem representantes da Argentina, Brasil, Camarões, Canadá, China, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Gana, Índia, Japão, Malásia, México, Moçambique, Paquistão, Polônia, Quênia e Trindade e Tobago.