Ao abordar temas como a luta contra o Estado Islâmico e a guerra civil na Síria, a publicação alemã perguntou ao primeiro-ministro russo qual o papel que a Rússia pode representar neste processo e e quais os próximos passos de Moscou. Medvedev afirmou que a Rússia está envolvida no conflito sírio pelos seus interesses nacionais.
“A Rússia está envolvida no conflito sírio pelos seus próprios interesses nacionais. É claro que, tendo em vista o fato de que fomos abordados pela liderança síria, inclusive com o pedido de apoio militar”, observou o primeiro-ministro.
“O que aconteceu lá (Síria) é uma lição de como é fácil criar um problema e depois resolvê-lo. Em algum momento pareceu aos nossos colegas que o Sr. Assad se comportava mal (se este termo é mesmo relevante na política internacional). Refiro-me aos nossos parceiros nos Estados Unidos, alguns dos nossos parceiros europeus e do mundo árabe, incluindo a Arábia Saudita, por exemplo”, destacou Medvedev.
Segundo Medvedev, “talvez Assad não seja um ideal de democracria, mas é preciso lutar para que as eleições ocorram, que não seja desencadeada uma campanha tão dura. Como resultado, sofreraram todos”.
Ainda sobre a crise síria, ao explicar porque a Rússia busca seus próprios interesses nacionais na situação síria, Medvedev disse: “Nós temos um país multinacional, muito difícil. Nós também temos extremistas religiosos, com quem por muito tempo e com sucesso, em geral, lutamos no Cáucaso e que periodicamente fogem para outros países”.
Dmitry Medvedev gave an interview to @handelsblatt ahead of his visit to Munich https://t.co/AJOuAKLrDe pic.twitter.com/EHLWnRDjk8
— Government of Russia (@GovernmentRF) 11 fevereiro 2016
“Nesta situação, entendemos que aqueles que foram para Síria (esta cifra, certamente, é de pelo menos alguns milhares de pessoas, os números diferem, porque não podemos, é claro, ter toda a contagem, mas certamente é de milhares pessoas), voltarão como assassinos zumbis que irão organizar com a gente o que organizaram antes no Cáucaso, em Moscou, em outras cidades, o que eles fazem em Paris, e em todo o mundo, nos Estados Unidos”, afirmou o primeiro-ministro russo.
Segundo ele, é por conta dos milhares de extremistas que se dirigiram à Síria é que o presidente russo decidiu responder ao pedido do presidente da Síria a participar na operação militar. “Não é (a operação) de uma caráter ilimitado, será, naturalmente, temporária. Ela possui uma característica localizada, utilizando aviões e mísseis em alguns casos”, completou.