"Senhoras e senhores! Nós detectamos ondas gravitacionais, nós conseguimos!", declarou David Reitze, diretor do projeto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (11), em Washington.
We detected #gravitationalwaves. We did it! —David Reitze, @Ligo Exec. Director pic.twitter.com/ZacCCAaXBF
— National Science Fdn (@NSF) 11 fevereiro 2016
“Estas ondas gravitacionais foram produzidas por dois buracos negros em colisão, [que] se aproximaram, se fundiram e formaram um único buraco negro cerca de 1,3 bilhão de anos atrás”, explicou Reitze.
Basicamente, o que os pesquisadores encontraram foram certas distorções no tecido do espaço-tempo, as quais constituíam uma das variáveis mais importantes na Teoria da Relatividade Geral. Os astrônomos procuram detectar o fenômeno há décadas, e estavam bastante seguros a respeito de sua existência.
Scientists have detected Einstein's gravitational waves using #LIGO observatory. Details: https://t.co/lJ5PIV8yaW pic.twitter.com/GdF1M6ppie
— NASA (@NASA) 11 fevereiro 2016
De acordo com a teoria de Einstein, publicada em 1916, a gravidade é uma força de atração que age distorcendo o tecido do espaço-tempo, de modo que interações gravitacionais muito fortes e muito rápidas seriam capazes de produzir ondas, assim como a luz é uma onda proveniente da interação eletromagnética entre dois objetos.
WATCH LIVE: Scientists show #gravitationalwaves produced as black holes merge together https://t.co/HVIbWdbpIB pic.twitter.com/yJWDyXxLMQ
— RT (@RT_com) 11 fevereiro 2016
Acredita-se que a capacidade de analisar informações transportadas em ondas gravitacionais pode fornecer mais detalhes sobre o Big Bang e outros eventos violentos da história do Universo, além de ajudar a explorar a possibilidade de existência de outros universos, bem como o que existe dentro de buracos negros e, até mesmo, potencialmente abrir o caminho para viagens no tempo.
"Digamos assim: a primeira descoberta de ondas gravitacionais é um empreendimento digno de vencer o Prêmio Nobel”, afirma o físico Bruce Allen, do Instituto Max Planck de Física Gravitacional em Hannover, na Alemanha, citado pela RT.
O projeto, estimado em US$ 620 milhões, foi uma iniciativa conjunta do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e contou com a participação de especialistas de vários países.
LIGO Scientific Collaboration (LSC) is comprised of >1000 people from >90 institutions & 15 countries worldwide pic.twitter.com/17rVKgBWm0
— LIGO (@LIGO) 11 fevereiro 2016
No Brasil, físicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do IFT-Unesp (Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista) também participaram do projeto.