Segundo Esfahani, o Irã não quer ficar dependente da moeda norte-americana e da sua circulação no mundo. Devido a algumas restrições do Plano Universal Conjunto de Ação, o Irã não lucrará do comércio de petróleo com o uso do dólar.
Na opinião do especialista iraniano Mohsen Maghsoudi, “pela primeira vista, a decisão de desdolarizar o petróleo iraniano parece mais política que econômica”, é “uma tentativa de perturbar o sistema norte-americano de petrodólares que domina o Oriente Médio”. Mas isso não é verdade. O Irã sofreu muito no período de sanções. Os ativos que obteve em resultado de comércio de petróleo foram congelados. Hoje os EUA ameaçam introduzir novas sanções relacionadas com testes iranianos de mísseis balísticos.
“Por isso, é possível que a decisão de não realizar contas em dólares seja uma tentativa de proteger os ativos iranianos de novas sanções norte-americanas. Além disso, há que lembrar que a maioria dos compradores do petróleo iraniano são a China e países da Europa com os quais comercia o Irã de forma muito intensa <…>. Por isso será muito benéfico para o Irã passar para contas em moedas nacionais (euro e yuan)”, disse Maghsoudi.
Entretanto, o especialista afirmou que tudo dependerá dos compradores. Tendo em conta que o país pretende aumentar a produção de petróleo em mais um milhão de barris por dia. Encontrar compradores para o tal volume de petróleo é uma das tarefas mais difíceis para o Irã e a recusa de usar dólar obstaculizará esta tarefa ainda mais. Pode ser que potenciais compradores de petróleo queiram realizar contas em dólares por que é a moeda principal do seu fundo de reservas. É porque a decisão deve ser coletiva. Em todos os casos, a decisão de passar para contas em outras moedas deve ser benéfico para todos os atores do comércio porque o objetivo principal é vender mais petróleo a preço mais lucrativo.