Francis Boyle, professor do direito internacional da Universidade de Illinois, disse à Sputnik que concorda com as palavras do presidente russo pronunciadas em 2007.
“Agora a posição dos EUA e da OTAN relativamente ao conflito com a Rússia provoca ainda mais preocupações”, afirmou.
“Tendo em conta a instalação das tropas da OTAN na proximidade quase imediata da fronteira com a Rússia estamos no patamar de [nova] crise dos mísseis de Cuba. O fato de que ambos os países realizam bombardeamentos na Síria [mostra que] ali nem tudo pode ser bem’, disse o historiador norte-americano.
O historiador e analista político Patrick Smith disse que aquilo que Putin disse em 2007 foi confirmado pelos desenvolvimentos dos últimos nove anos. Na sua opinião, as ações dos EUA que provocaram a tensão crescente no Oriente Médio e na Europa Oriental criaram umas condições semelhantes às que existiam na véspera das duas guerras mundiais.
Os conflitos no Oriente Médio não foram resolvidos e agravaram ainda mais em resultado de ascensão do grupo terrorista Daesh que opera no Iraque, Síria, Afeganistão, Líbia e outros países. Assim, hoje o terrorismo é reconhecido como uma das principais ameaças à paz e segurança internacional.
O último exemplo de uso não autorizado de força pelos EUA e os seus aliados é a operação da coalizão contra o Daesh na Síria que não foi sancionada nem pelo Conselho de Segurança da ONU, nem pelo governo sírio.
“Putin, sem dúvida, supera quase todos os seus homólogos. Cumpre as suas responsabilidades de forma muito boa. A Conferência de Segurança de Munique foi um ótimo fórum para desafiar os norte-americanos e a OTAN em relação aos assuntos de implantar tropas na Europa…”, disse Smith.
Smith destacou que Putin percebe o que ensina a história e indicou a habilidade de Putin de expor assuntos internacionais fundamentais de forma clara e simples como fez no seu discurso na Conferência de Munique.