Um dos comandantes das Forças Democráticas da Síria em Azaz Tarık Ebuzeyt revelou à Sputnik os últimos detalhes de desenvolvimento da situação na área:
“Hoje [15] de manhã a Turquia efetuou mais um golpe de artilharia contra a aldeia de Dery Cemal, povoação de Minig e base aérea de Ming, que ficam no território controlado por nós na área de Azaz. Na sequência do ataque dois dos nossos soldados foram feridos, ninguém foi morto. No local dos bombardeios foram destruídos edifícios, houve danos materiais”, disse.
Porém, apesar das ações hostis por parte do exército turcos, as milícias curdas não pretendem cessar a sua luta contra os grupos terroristas:
“Os ataques das Forças Armadas turcas não nos pararão. Não pretendemos de maneira nenhuma parar na nossa luta contra os terroristas. Continuaremos a lutar até limpar a região do Daesh e dos grupos terroristas semelhantes”.
O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecida como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista da tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a fortalecer-se, até transformar-se, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.
Não há uma frente unida de combate contra o Daesh: contra o grupo lutam forças governamentais da Síria (com apoio da aviação russa) e do Iraque, a coalizão internacional liderada pelos EUA (limitando-se a ataques aéreos), assim como milícias xiitas libanesas e iraquianas. Uma das forças mais eficazes que combatem o Daesh são as milícias curdas, tanto no Curdistão iraquiano, como no Curdistão sírio.