Yuan está ganhando força, China resiste ao 'furacão' de Nova York

© AFP 2023 / GREG BAKERYuans na água
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Nesta segunda-feira, 15 de fevereiro, o Banco Popular da China definiu o novo valor de câmbio do yuan. Agora um dólar custa 6.5118 yuans. Este valor supera em 0,3% o valor anterior, definido em 5 de fevereiro, na véspera do Ano Novo chinês.

É o primeiro sinal de fortalecimento da "moeda popular" (yuan renminbi é o nome oficial em chinês) desde agosto de 2015, quando a sua desvalorização provocou uma queda de 6% da bolsa de valores nacional. As bolsas internacionais também foram afetadas. Nos últimos seis meses, a moeda chinesa adotou uma dinâmica de queda, até chegar ao recorde de 1,5% de desvalorização.

Contudo, isso não impediu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) aceitasse o yuan como próximo membro do clube de moedas de reserva. Isso deve acontecer em outubro de 2016.

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Depois de dar a notícia sobre o fortalecimento da moeda, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, comentou, em uma entrevista publicada no semanário Caixin, que no momento atual não há base para uma desvalorização "prolongada" do yuan.

A Sputnik contatou Fang Mingtai, da Academia das Ciências Sociais da China, que destacou a tendência geral estável da moeda nacional.

"O yuan mostra ter enfraquecido relativamente ao dólar, mas se fortalece relativamente ao euro, iene e outras moedas, por isso, relativamente à cesta de moedas, o yuan está se valorizando, isso é um fato", disse o especialista.

Mais cedo, em uma entrevista ao canal televisivo CNBC, o fundador do Hayman Capital Management, Kyle Bass, afirmara que há jogadores no mercado internacional que se põem a vender yuans para acelerar uma devaluação do renminbi em até 40%. O próprio Bass já enviou uma série de cartas para vários investidores, advertendo sobre uma eventual inflação do yuan.

Os analistas chineses consideram que a entrevista do presidente do Banco Popular foi também uma resposta a estas previsões bastante sinistras. Entre outras declarações, Zhou Xiaochuan frisou que não iria permitir que certas "forças especulativas" definam a dinâmica do mercado chinês.

Para Aleksandr Salitsky, especialista do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia das Ciências da Rússia, a tendência geral que está se observando é um "furacão" de dinheiro saindo "rumo a Nova York, Wall Street". O perigo não é só para o yuan, mas também para outras economias do mundo.

Outro especialista russo consultado pela Sputnik, Nikita Maslennikov, do Instituto do Desenvolvimento Contemporâneo, acha que a política monetária do governo chinês pode "achar um compromisso entre dois vetores". Para ele, o "curso do yuan é o indicador de temperatura, de crescimento dos riscos".

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