A agência tinha sido a primeira a retirar o grau de investimento (que funciona como garantia de que o país não dará calote na dívida pública) em setembro do ano passado. Em dezembro, a Fitch seguiu a decisão. Entre as três principais agências do mundo, somente a Moody's mantém o selo de bom pagador do Brasil.
Em nota, a S&P informou que os desafios políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil persistem e que agora espera um processo mais longo de ajuste econômico, com prolongamento da recessão e correção mais lenta da política fiscal. De acordo com a agência, há chance maior do que 1 em 3 de que a nota brasileira seja reduzida novamente.
“Com o deficit do governo e a dívida líquida, respectivamente, em cerca de 7% e 60% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2016 e 2018, acreditamos que não há mais flexibilidade política suficiente para distinguirmos entre os ratings [mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação estruturada] em moeda local e estrangeira no Brasil”, informou o comunicado.
A perspectiva da nota do Brasil pode ser revisada para estável "se as incertezas políticas no Brasil forem revertidas para que a execução da política seja consistente e melhore as perspectivas para o crescimento do PIB", afirmou a S&P. "Esperamos que estas melhorias possam apoiar um retomada mais rápida que leve o Brasil a sair da atual recessão, o que facilitaria a performance fiscal e daria mais espaço de manobra em meio a choques econômicos".