RELEASE: Operation Sophia — classified report on EU military ops against #refugee flows https://t.co/dhnfmcMtlA pic.twitter.com/NbgR1Kf6Fb
— WikiLeaks (@wikileaks) 17 Fevereiro 2016
O documento vazado, datado de 29 de janeiro de 2016, é escrito pelo comandante da chamada Operação SOPHIA, o contra-almirante Enrico Credendino, da Marinha italiana, e é endereçado ao Comitê Militar da União Europeia (EU) e o Comitê Político e de Segurança da UE.
O documento também pede que os órgãos responsáveis da UE ajudem a acelerar o processo de formação de um governo "confiável" na Líbia, o qual pudesse "convidar" as forças da UE a operar dentro das águas territoriais do país e, mais tarde, permitir a extensão das operações militares da UE em terra.
"Através do desenvolvimento das capacidades e habilidades da Marinha e da Guarda Costeira da Líbia, seremos capazes de dar às autoridades líbias algo em troca de sua cooperação na resolução da questão da imigração irregular. Esta colaboração poderia representar um dos elementos da abordagem abrangente da UE para ajudar a garantir o convite [da Líbia] para operarmos dentro de seu território durante as atividades da Fase 2", afirma o texto.
WikiLeaks leaked document: EU looking to move Operation Sophia onto Libyan shores? https://t.co/9qw2np7tag #refugees pic.twitter.com/E1RPQlJ6qC
— Priyanka Mogul (@priyankamogul) 17 Fevereiro 2016
O novo vazamento do Wikileaks se dá em menos de cinco meses após a notícia de que a Operação SOPHIA seria composta por 22 Estados membros e 1.300 oficiais e funcionários da UE que se encarregariam de deter navios “suspeitos” no Mediterrâneo.
O objetivo principal da operação iniciada em 27 de julho de 2015, segundo o Instituto da União Europeia para Estudos de Segurança, não é parar os fluxos migratórios, mas interromper as rotas de contrabando usadas por traficantes de seres humanos.
O Instituto observou, no entanto, que há uma "real incerteza sobre se a operação será capaz – seja por razões legais ou políticas – de chegar ao núcleo do seu mandato, isto é, de neutralizar as redes de contrabando através da dissuasão ou da coerção explícita, tanto ao largo da costa da Líbia quanto em terra".
O estudo também nota que, independentemente do apoio da operação por parte dos Estados membros da UE, "muito poucos" devem "ter as habilidades e a experiência para tais missões, para não falar da vontade".