Azarov: ‘Yatsenyuk se demitirá quando Washington quiser’

© REUTERS / Maxim ZmeyevEx-primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov
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O ex-premiê da Ucrânia Nikolai Azarov comentou o apelo ao atual premiê ucraniano para que se demita, feito pelo presidente Pyotr Poroshenko.

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Segundo declarou Azarov, ambos – o presidente e o primeiro-ministro da Ucrânia – agem de acordo com ordens provenientes de Washington e, mesmo que Yatsenyuk se demita, o seu posto será ocupado por mais uma marionete. 

O político ucraniano fez a respetiva declaração em uma entrevista exclusiva à RT.

Nesta quarta-feira (17) na Suprema Rada (parlamento) da Ucrânia foi realizada uma votação sobre a questão de apresentação de voto de desconfiança ao governo chefiado pelo premiê atual, Arseni Yatsenyuk, após o que o presidente do país apelou a ele para se demitir voluntariamente.

Segundo Azarov, Poroshenko não poderia tomar esta decisão por si mesmo.

“Ele é uma marionete que desempenha ordens dos americanos. Se Poroshenko fez tal declaração – alguém lhe disse para fazer isso”, sublinhou Azarov à RT. 

Mesmo assim, segundo o ex-primeiro-ministro ucraniano, a demissão não irá mudar nada.

“Yatsenyuk foi uma marionete, será substituída por outra semelhante”, disse.

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Falando sobre atividade do gabinete de ministros da Ucrânia, Azarov notou que não existem países no mundo nos quais o PIB tenha caído no mesmo grau. Ele declarou que não vê nenhum passo positivo que o governo atual tenha tomado.

Enquanto isso, o político ucraniano destacou que, durante todo o tempo em que os salários reais caíram, a mortalidade aumentou e os preços subiram, as autoridades ucranianas fizeram obedientemente tudo o que Washington queria.

"Além do mais, saíram para o pódio declarando que tudo isso é ‘uma exigência do FMI [Fundo Monetário Internacional]’. Você é um representante do FMI ou o primeiro-ministro da Ucrânia? Quando eu era o premie, para mim isso seria impossível. Eu também realizava negociações com o FMI, em algumas coisas concordava, em outras – não. Se eu via que a exigência do FMI contradizia a política econômica do país, eu logo recusava."

Cabe mencionar também que, durante a votação na Suprema Rada a favor da demissão de Yatsenyuk, votaram 194 deputados dos 226 votos necessários para tomar a decisão. Azarov classificou o resultado e a própria votação como “nada mais do que um espetáculo”.

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