A declaração de Davutoglu foi feita após a explosão de um carro-bomba na última quarta-feira (17) em Ancara, próximo ao prédio do parlamento e do Estado Maior da Turquia. Morreram 28 pessoas, sendo que 27 eram militares. O primeiro-ministro turco responsabilizou as forças de autodefesa curdas sírias pelos atentados. O líder do Partido da União Democrática curdo (PYD), Saleh Muslim, por sua vez, negou as acusações.
“Na véspera a Rússia condenou este ataque. Este é um bom sinal, mas apenas a condenação não é suficiente. Eles devem saber que aqueles que pretendem utilizar o terror contra a Turquia são como um bumerangue que vão se voltar contra você", continuou Davutoglu.
Por outro lado, o representante da aliança dos grupos armados “Forças Democráticas da Síria”, Talal Salah, havia se manifestado anteriormente declarando que “quando nós começamos a atacar as posições do Estado Islâmico e os turcos começaram a nos atacar, tornou-se muito claro pra todos quem Ancara apoia”.
Um dos líderes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Murat Karaylan, também afirmou em entrevista à agência Ria Novosti, que os curdos possuem provas documentais de que a Turquia apoia o Estado Islâmico, a Dzhebhat al-Nusra, e outros grupos terroristas.
YPG We have no connection to #Ankara, #Turkey are preparing ground to attack Rojava: https://t.co/UdMSTJSUlR pic.twitter.com/bGtkCrmw4F
— KurdishQuestion.com (@KurdishQuestion) 18 fevereiro 2016
Já o líder do Partido da União Democrática curdo (PYD) da Síria, Salih Muslim, negou a participação de sua organização no atentado da última quarta-feira na capital da Turquia, Ancara, e acusou o grupo terrorista Daesh (Estados Islâmico) de realizar o ataque.
“É absolutamente falso, não há nenhum vínculo entre os curdos e o que ocorreu em Ancara”, garantiu o líder curdo, acrescentando que o atentado está ligado com a luta do país contra o Estado Islâmico, “cujos membros vivem na Turquia”.
Ancara afirma estar realizando uma operação contra o terrorismo nas regiões do sudeste sírio, habitadas principalmente por curdos. Enquanto isso, a campanha militar turca contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK na sigla em curdo) já foi várias vezes condenada como uma guerra civil e até mesmo um massacre.
Após mais de dois anos de cessar-fogo, as hostilidades entre as forças militares e policiais turcas e do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) foram retomadas no verão passado, comprometendo as conversações de paz iniciadas em 2012 para pôr fim a um conflito que desde 1984 já deixou mais de 40 mil mortos.
As autoridades turcas acreditam que o Partido de União Democrática (PYD) é afiliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado oficialmente como uma organização terrorista na Turquia, apesar dos curdos sírios estarem envolvidos em batalhas severas com o Daesh (Estado Islâmico).