Maior problema com Kiev: Ocidente finge que Ucrânia cumpre acordos de Minsk

© AFP 2023 / GENYA SAVILOV Presidente ucraniano Pyotr Poroshenko em visita a base militar nos arredores de Kiev em 4 de abril de 2015
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O enviado russo na OSCE disse que Moscou acredita que um dos problemas-chave na regularização do conflito no leste da Ucrânia é que o Ocidente age como se Kiev cumprisse as suas obrigações no quadro dos acordos de Minsk.

“Um dos maiores problemas é que os nossos colegas agem como se Kiev tivesse cumprido voluntariamente o complexo de medidas. Na verdade, é mesmo o contrário”, disse nesta sexta-feira (19) Aleksandr Lukashevich, enviado da Rússia na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). 

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Kiev, segundo Lukashevich, aproveitou a trégua de um ano após a assinatura dos Acordos de Minsk para aumentar o potencial militar das suas Forças Armadas.

Ele também disse que tropas frescas equipadas com novas armas foram deslocadas para a linha de contato com as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk e que instrutores e mercenários estrangeiros foram convidados.

“O perigo de retorno à solução militar da crise aumentou significativamente. Parece que os nossos parceiros não só tentam não notar, mas às vezes mostram indulgência para tais passos perigosos”, advertiu.

Além disso, o enviado russo na OSCE denunciou que “militares ucranianos bombardeiam metodicamente bairros residenciais perto da linha de contato, e além do mais com uso de tipos de armas proibidos”.

Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano.

As hostilidades deixaram mais de nove mil mortos e 20.700 feridos, segundo números da ONU.

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A questão da solução do conflito está sendo discutida, inclusive no âmbito dos encontros do grupo de contato em Minsk que desde setembro de 2014 já aprovou três documentos que regulamentam os passos de diminuição da tensão, inclusive a trégua. Porém, os dois lados do conflito denunciam violações regularmente.

O último documento – de 12 de fevereiro – prevê um cessar-fogo total no leste da Ucrânia, retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.

Os dois lados não conseguiram cumprir os acordos até o final de 2015, segundo foi previsto inicialmente. Então, o prazo de realização dos acordos foi prolongado para 2016.

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