“Um dos maiores problemas é que os nossos colegas agem como se Kiev tivesse cumprido voluntariamente o complexo de medidas. Na verdade, é mesmo o contrário”, disse nesta sexta-feira (19) Aleksandr Lukashevich, enviado da Rússia na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Ele também disse que tropas frescas equipadas com novas armas foram deslocadas para a linha de contato com as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk e que instrutores e mercenários estrangeiros foram convidados.
“O perigo de retorno à solução militar da crise aumentou significativamente. Parece que os nossos parceiros não só tentam não notar, mas às vezes mostram indulgência para tais passos perigosos”, advertiu.
Além disso, o enviado russo na OSCE denunciou que “militares ucranianos bombardeiam metodicamente bairros residenciais perto da linha de contato, e além do mais com uso de tipos de armas proibidos”.
Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano.
As hostilidades deixaram mais de nove mil mortos e 20.700 feridos, segundo números da ONU.
O último documento – de 12 de fevereiro – prevê um cessar-fogo total no leste da Ucrânia, retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.
Os dois lados não conseguiram cumprir os acordos até o final de 2015, segundo foi previsto inicialmente. Então, o prazo de realização dos acordos foi prolongado para 2016.