O Patriarca, que teve sua oração transmitida por alto-falante a fiéis e turistas que visitavam o monumento, falou por 45 minutos. Ele pediu a renovação da fé cristã e chamou ortodoxos e católicos a enfrentarem juntos os desafios globais.
“Nós ainda temos algumas divergências quanto à doutrina, mas nada nos impede dar as mãos para enfrentar questões como a perseguição aos cristãos no Oriente Médio e, por fim, ao descristianização da civilização humana.”
Na reunião, Kirill e Rousseff conversaram sobre a preocupante situação no Oriente Médio, especialmente na Síria, defenderam a necessidade de aumentar as missões humanitárias nas regiões com problemas derivados da religião e trocaram ideias para a promoção da paz por meio de organizações internacionais.
O Patriarca felicitou a presidente brasileira por seu respeito e pela conservação da religião cristã no Brasil, já que trataria do país com o maior número de fieis cristãos no mundo, ainda que maioria seja de católicos — 64% da população, acima dos 22∞ de protestantes.
Com sua visita ao Brasil, o Patriarca porá fim a uma viagem história à América Latina, iniciada no dia 12 de fevereiro, com um encontro com o Papa Francisco, em Cuba. Foi o primeiro encontro dos líderes cristãos desde o Grande Cisma de 1054, quando a Igreja Católica se dividiu em duas. A viagem continuou com visitas a Paraguai e Chile, onde Kirill visitou a base antártica Bellinghausen, na ilha de Waterloo, onde uma expedição russa mantém uma missão científica.
Cabe lembrar que apesar de ser a primeira visita de um Patriarca russo ao Brasil, não foi a primeira visita de Kirill. Em 2008, ele esteve no país como chefe do departamento de relações exteriores do Patriarcado de Moscou — cargo que abandonou quando assumiu o posto de líder espiritual da Federação Russa.