Milhares de argentinos vão às ruas em protesto contra política do Governo

© AP Photo / Victor R. CaivanoProtesto na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, Argentina
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O Governo Macri enfrentou nesta quarta-feira, 24, um de seus maiores desafios, com a realização de protestos em Buenos Aires e por todo o país, não só com críticas às demissões nos setores público e privado mas também com relação à criminalização de manifestações sociais e aos reajustes de tarifas de serviços públicos e de aluguéis.

A convocação de uma greve geral de 24 horas e de manifestações foi feita pela Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) e atendida em Buenos Aires, onde cerca de 50 mil pessoas chegaram a fechar importantes vias do centro, como as Avenidas 9 de Julio, Corrientes e Belgrano, segundo os organizadores.

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Protestos contra as negociações feitas pelo Governo com os chamados “fundos abutres” em Nova York, as restrições à venda de minérios, a perseguição política e a prisão de líderes sindicais como a deputada do Parlasul, Milagro Sala, foram verificados também nas Províncias de La Pampa, Jujuy, Chaco, Rosario, La Rioja, Tucumán, Salta, Córdoba, Santa Cruz, Río Negro, Neuquén, Santa Fé, Mendoza e na Terra do Fogo.

O secretário-geral da ATE, Hugo Godoy, calcula que desde a posse do novo Governo mais de 20 mil argentinos perderam seus empregos, metade no serviço público. Os protestos, segundo ele, pedem o aumento imediato de salários, para fazer face aos aumentos de até 300% nas tarifas de gás e energia elétrica e aos aumentos de até 40% nos preços dos aluguéis.

As manifestações desta quarta-feira não registraram incidentes com a polícia, e contaram também com a participação de diversas organizações de defesa dos direitos humanos e sociais. Segundo os organizadores, praticamente todos os setores da economia estão sendo atingidos pelas demissões, em especial a construção civil, a metalurgia, os laboratórios farmacêuticos, o comércio, os frigoríficos, a mineração, a indústria têxtil e o setor de serviços.

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Falando ao jornal “El País”, o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, reforçou a ideia de que parte do aumento de 67% na folha de pagamento da União, das províncias e dos municípios, entre a crise de 2002 e 2014, se deveu a empregos dados a militantes kirchneristas: “Não vamos deixar a gordura militante, vamos contratar gente idônea e eliminar os ‘nhoques’ [como são chamados os servidores públicos no país que ganham sem trabalhar].”

Ainda segundo “El País”, os dados revelam a demissão de 26.676 funcionários públicos, sendo 16.697 municipais, 7.109 do Estado nacional e 2.870 das províncias.

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