“Nossa organização saúda a decisão do Tribunal Constitucional da Turquia e considera uma grande contribuição em favor do Estado de direito. O Secretário-Geral da ‘Repórteres sem fronteiras’, Kristof De Loix, considera que que a posição de Erdogan ameaça a o trabalhar de jornalistas no país e a liberdade de expressão. Se houver uma ameaça à segurança de Can Dündar e Erdem Gul, a responsabilidade recairá sobre o Presidente", disse um porta-voz da ONG.
Anteriormente, Can Dündar, numa conferência de imprensa em Istambul, agradeceu a todos da comunidade internacional pela solidariedade durante os 62 dias de detenção, e acrescentou que este apoio deve ser alargado a outros jornalistas que estão em prisões turcas.
O advogado do jornal Cumhuriyet, Bülent Utku, disse que a primeira audiência sobre o caso de Dündar e Gul será realizada em 25 de março em Istambul, onde ele será lido pela acusação. Ele ressaltou que a decisão do Tribunal Constitucional está aberta a todas as organizações e agências e deve ser executada. Segundo ele, não pode ser aplicado um recurso contra esta decisão.
O incidente que se tornou a razão para a detenção dos jornalistas aconteceu na província de Adana em janeiro de 2014, quando militares inspecionaram caminhões da Organização Nacional de Inteligência que iam em direção à fronteira turco-síria. De acordo com as autoridades turcas, os caminhões transportavam ajuda humanitária aos turcomanos sírios.
Cumhuriyet publicou em maio de 2015 fotos e vídeos registrados durante a revista dos caminhões. Foram encontradas caixas de granadas de artilharia, minas e outras munições. Logo após a publicação se dirigiu ao procurador, exigindo a instauração de um processo criminal contra o jornal e seu editor-chefe.