Como a vida no espaço afeta as pessoas?

© Foto / NASA Astronauta da NASA Chris Cassidy ao tirar foto da Terra da EEI
Astronauta da NASA Chris Cassidy ao tirar foto da Terra da EEI - Sputnik Brasil
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Após o retorno de Scott Kelly e de sua equipe à Terra, tornou-se possível determinar os efeitos da falta de gravidade nos seres humanos a nível genético.

O astronauta Scott Kelly e os cosmonautas russos Sergey Volkov e Mikhail Kornienko, rodeados por pessoal logo após o desembarque, 2 de março de 2016. - Sputnik Brasil
‘Já pousaram!’ Passado um ano cosmonautas voltam à Terra
Na cápsula Soyuz que aterrissou com sucesso na quarta-feira (2) de manhã vieram o cosmonauta russo Mikhail Kornienko, o norte-americano Scott Kelly, que passou 340 dias na Estação Espacial Internacional (EEI), e o cosmonauta russo Sergei Volkov.

A lista das influências sobre as pessoas foi feita pela publicação Quartz. Eis as mais importantes:

Redistribuição de fluidos. Sem a gravidade, os fluidos no corpo humano são distribuídos de forma diferente – deixam os membros e sobem eplo corpo acima. Por esta razão, a face incha e o coração sofre uma sobrecarga. 

Deterioração da visão. Isto resulta também por os fluidos de sangue subirem para a cabeça, o que faz aumentar a pressão nos vasos sanguíneos oculares. Os cientistas sugerem que os globos oculares em situação da falta de gravidade podem também sofrer com a pressão do fluido cerebrospinal, o que afeta a visão de forma nociva.

Atrofia do tecido muscular e ósseo. No espaço, o tônus muscular e dos ossos das pessoas que estão acostumadas à gravidade se deteriora. Os astronautas que ficam no espaço perdem cerca de 1% da densidade óssea em um mês, na Terra a mesma deterioração levaria um ano.

Por esta razão, a tripulação da Estação Espacial Internacional (EEI) faz treinos durante duas horas diariamente usando equipamento especial. Em 2015, os cientistas japoneses publicaram uma pesquisa que mostra que, além das normas básicas de treinamento no espaço, também é muito eficaz o método de “treinamento híbrido de musculatura”, que inclui a estimulação eletrônica.

Doenças de rins. A atrofia óssea também afeta o estado de saúde dos rins: quando, na falta de gravidade, os ossos se tornam mais finos e perdem cálcio, este é expelido para o sangue e atinge os rins, o que pode criar pedras nos rins.

Risco elevado de câncer. Ao contrário das pessoas que vivem na Terra, os astronautas em órbita não estão protegidos da radiação solar pela camada de ozônio da atmosfera. O nível da radiação lá é 10 vezes mais alto do que o normal. E mesmo tendo em conta que a NASA cria equipamento especial para proteger os astronautas, ainda não foi possível atingir a proteção de 100%.

Enfraquecimento do sistema imunitário. Em órbita torna-se mais difícil para o homem de lidar com as infeções. A ausência de gravidade tem um efeito negativo sobre os genes responsáveis pelo sistema imunológico, o que, juntamente com as condições de vida na Estação Espacial (espaço limitado, acesso restrito a medicamentos e ar puro) torna astronautas extremamente vulneráveis a infeções.

Desordem do aparelho vestibular. O único órgão que sofre diretamente os efeitos negativos do espaço é o ouvido interno. Este é responsável pelo nosso equilíbrio quando andamos mas, na falta de gravidade, já não se pode determinar, onde ficam o “céu” e a “terra”.

A Terra vista da Estação Espacial Internacional - Sputnik Brasil
Esconde-esconde: humanos e extraterrestres se buscam uns aos outros
Todas estas pesquisas são importantes para missões futuras, inclusive para o planejamento do voo a Marte.

A NASA planeja enviar a missão ao Planeta Vermelho já até 2030, devendo o voo levar dois anos.

Ao chegar no planeta, os astronautas não terão a possibilidade de descansar após o voo longo, tal como têm atualmente à chegada à Terra. 

Por esta razão, os cientistas de todo o mundo estão pesquisando ao máximo a reação do corpo humano à falta de gravidade.

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