Com a primeira unidade italiana pronta para ir para a Líbia em 10 dias, ainda pairam dúvidas sobre o objetivo e a legitimidade da missão, escreve um artigo na edição de ‘La Repubblica’.
Os documentos ressaltam "certa necessidade" para a operação, mas a noção burocrática esconde um dos mais difíceis problemas para os militares italianos.
"Há uma sensação de que a contagem regressiva para entrar em combate foi iniciada no Mediterrâneo. Parece que a trágica morte de Fausto Piano e Salvatore Failla (dois reféns italianos mortos por militantes na Líbia) está desencadeando uma operação em grande escala", afirma o artigo.
Entretanto, a imprensa italiana destaca que existem dúvidas sobre essa iniciativa. O primeiro problema seria a legitimidade da operação.
A fim de enviar tropas ocidentais para a Líbia, será necessária uma autorização do seu governo. Além disso, qual é o objetivo da operação — destruir o califado ou ajudar o Exército líbio?
Foi ressaltado também que alguns países como a Grã-Bretanha estão ativamente envolvidos na iniciativa, enquanto outros — por exemplo, Alemanha e Espanha — estão revaliando os riscos e considerando seus papéis.
Após a intervenção militar na Líbia em 2011, que culminou na derrubada de Gaddafi, o país ficou fragmentado, com as milícias controlando o oeste em torno de Trípoli e extremistas do Daesh aumentam o seu poder em uma zona no leste, enquanto prosseguem as negociações da ONU para formar um governo estável de unidade nacional.