“Em primeiro lugar, se me permitirem, esta declaração não é muito digna do chefe de um Estado aliado. Como regra, tais opiniões são guardadas para a História e divulgadas após 20-30 anos em um livro de memórias, mas não de modo imediato após os acontecimentos. Francamente, fazer tal declaração por parte de Obama é indigno de um presidente americano”, disse.
"Quando eu olho para trás e me pergunto o que deu errado, há espaço para críticas, porque tinha mais fé que os europeus, dada a proximidade com a Líbia, se envolveriam mais", disse o presidente dos EUA, destacando na história da operação na Líbia, o papel do então presidente francês Nicolas Sarkozy e do premiê britânico David Cameron.
Thierry Mariani continuou, dizendo: “Em todo o caso, eu opino que isto [as acusações de Obama] mostrará a todos que estão próximo aos EUA que há momentos em que estes não são caracterizados por uma segurança excepcional”.
É de sublinhar que a Líbia permanece sem governo de fato desde finais de 2011, quando, em outubro desse ano, o coronel Muammar Kadhafi, líder da Jamahiriya (nome árabe que significa "República"), foi morto pelas forças rebeldes, apoiadas por uma coalizão internacional que agia com o patrocínio da OTAN. A guerra civil líbia foi um dos resultados da série de "primaveras árabes" de 2011. A partir daquele momento, várias tentativas têm sido feitas para regularizar a situação política e social no país; mas a Líbia ficou dividida entre uma série de fações militares. Em 2014 e 2015, grupos armados realizaram vários atentados que dedicaram ao Daesh.
“No contexto da bagunça – se usarmos as papalvras do próprio Obama – eu acho que os americanos nos mostraram um exemplo no Iraque, que os americanos nos mostraram um exemplo no Vietnã, os americanos sempre foram especialistas em ganhar todas as batalhas, mas perder todas as guerras desde o ano 45 [1945 – fim da Segunda Guerra Mundial]”.
Para concluir o seu discurso, Mariani advertiu que “quando uma solução militar é escolhida, nós talvez tenhamos sucesso aos olhos da mídia aqui e agora, mas enfrentamos uma catástrofe a longo prazo”.