Quatro razões que levam as mulheres europeias a se casarem com islamistas

© flickr.com / Mohamed SomjiUma mulher de hijab
Uma mulher de hijab - Sputnik Brasil
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Porque será que uma mulher europeia bem sucedida e jovem, com um diploma universitário e educação moderna, decide mudar a sua vida e se converter ao islamismo? Ela começa a usar o hijab, reza cinco vezes por dia, abandona a sua carreira e passa a viver como uma “boa muçulmana”.

Os motivos por trás dessa decisão poderiam ser diferentes, o jornal russo Kommersant enumerou alguns deles.

Motivo 1: Sentimento anti-islâmico nos países ocidentais

De acordo com especialistas do Arquivo Islâmico Alemão (ZIAD), a popularidade do Islã na Alemanha cresceu acentuadamente após os ataques terroristas de 9/11. Mais de mil pessoas se converteram ao Islã em 2005, enquanto em 2006 o número chegou a 4.000.

Os especialistas do Ziad têm uma explicação bastante surpreendente:

"Quanto maior é a pressão da sociedade, o mais interessante se torna o Islã", disseram eles, salientando que as mulheres são mais vulneráveis e mais propensas à doutrinação islâmica.

Há até uma ligação direta entre a "luta contra os hijabs" na Alemanha e o número das conversões entre as mulheres. No entanto, é impossível prever quantas de entre elas se tornarão fanáticas, quando e por quê uma pessoa se torna terrorista. Os especialistas afirmam que o processo de transformação de identidade ocorre de diferentes maneiras e depende muito da influência externa.

Motivo 2: Caos da sociedade moderna

Mausoléu do Imã Reza no Irã - Sputnik Brasil
Merkel converteu-se ao islã depois de visitar santuário xiita no Irã
Os jovens alemães do sexo feminino se convertem ao Islã em dois casos: se casarem com um muçulmano ou se se sentem muito desconfortáveis em uma sociedade moderna caótica.

O Islã dá-lhes um conjunto inequívoco de regras e normas do comportamento. Muitas mulheres com alto nível de instrução que trabalham na Alemanha em bancos ou farmácias dizem que o hijab e o Islã são importantes para elas principalmente como uma proteção contra ameaças externas. Se essas ameaças são reais ou inventadas pelos propagandistas é uma outra questão.

Motivo 3: Influência da Internet, redes sociais

Outro fator importante neste contexto é a influência da Internet e meios de comunicação social. Alemanha e outros países europeus estão seriamente preocupados com o uso ativo e eficiente da Internet e das redes sociais pelo Daesh e outros grupos terroristas.

Os anúncios publicados pelo Daesh retratam jovens garotas atraentes vestindo roupas pretas e segurando armas, marchando ou dirigindo carros militares de luxo.

"Isso pode ser mais do que romântico e atraente para as mulheres jovens ocidentais," escreveu a chefe do Centro de Pesquisa Global do Islã em Frankfurt.

O problema é que as mulheres muitas vezes não entendem não há mais nada por trás das imagens sedutoras, apenas propaganda.

"Eles nem sequer pensam que tudo isso são apenas imagens para o público. As mulheres no Estado Islâmico não podem participar em combates por definição. Segundo o Islão, elas podem ir para o céu apenas se seguirem rigorosamente a vontade dos seus maridos».

Motivo 4: Desejo de aventura

As mulheres que deixam a sua terra natal e se juntam a grupos radicais no exterior pertencem mentalmente e socialmente a diversos grupos.

Manifestantes mostram uma faixa dizendo PNR - Nacionalismo Renovador durante o ato de 13 de fevereiro - Sputnik Brasil
Islamização da Europa: fantasia ou realidade?
"Muitos delas tentam realizar o seu desejo de aventura. Há também muitas fanáticas entre elas que estão prontas — a qualquer preço — a lutar pela ideia com que elas estão infetadas. Algumas delas são inspiradas pelo desejo de participar na transformação do mundo, e elas estão mesmo dispostas a sacrificar as suas vidas por isso. No entanto, ao chegarem à Síria, eles entendem que ninguém espera delas façanhas militares. O dever delas é ter filhos islâmicos e cuidar dos seus maridos ", explicam os especialistas.

Muitas mulheres elogiam as suas vidas com «os soldados do Califado" nos seus blogs no Facebook, Tumblr e Twitter e manifestam a sua disponibilidade para apoiar os seus maridos "até que a morte nos separe". No entanto, elas não entendem: o que acontece quando o marido morre está além de seus sonhos idealistas.

Na melhor das hipóteses, elas vão se tornar a segunda, a terceira ou a quarta esposa e vão viver em condições longe de serem românticas. Muitas vezes, estas "esposas" ou "noivas" acabam feridas em um hospital ou são mortas em circunstâncias questionáveis: enquanto as mulheres locais podem eventualmente buscar proteção nas suas próprias famílias, as estrangeiras estão absolutamente indefesas.

De acordo com especialistas alemães, as mulheres representam cerca de 11 por cento dos 800 residentes alemães que saíram da Alemanha e se juntaram ao Daesh no Oriente Médio. Em França, esta proporção é duas vezes mais elevada. Ao todo, a percentagem de mulheres que foram para a Síria é maior do que se supõe.

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