Os motivos por trás dessa decisão poderiam ser diferentes, o jornal russo Kommersant enumerou alguns deles.
Motivo 1: Sentimento anti-islâmico nos países ocidentais
De acordo com especialistas do Arquivo Islâmico Alemão (ZIAD), a popularidade do Islã na Alemanha cresceu acentuadamente após os ataques terroristas de 9/11. Mais de mil pessoas se converteram ao Islã em 2005, enquanto em 2006 o número chegou a 4.000.
Os especialistas do Ziad têm uma explicação bastante surpreendente:
"Quanto maior é a pressão da sociedade, o mais interessante se torna o Islã", disseram eles, salientando que as mulheres são mais vulneráveis e mais propensas à doutrinação islâmica.
Há até uma ligação direta entre a "luta contra os hijabs" na Alemanha e o número das conversões entre as mulheres. No entanto, é impossível prever quantas de entre elas se tornarão fanáticas, quando e por quê uma pessoa se torna terrorista. Os especialistas afirmam que o processo de transformação de identidade ocorre de diferentes maneiras e depende muito da influência externa.
Motivo 2: Caos da sociedade moderna
O Islã dá-lhes um conjunto inequívoco de regras e normas do comportamento. Muitas mulheres com alto nível de instrução que trabalham na Alemanha em bancos ou farmácias dizem que o hijab e o Islã são importantes para elas principalmente como uma proteção contra ameaças externas. Se essas ameaças são reais ou inventadas pelos propagandistas é uma outra questão.
Motivo 3: Influência da Internet, redes sociais
Outro fator importante neste contexto é a influência da Internet e meios de comunicação social. Alemanha e outros países europeus estão seriamente preocupados com o uso ativo e eficiente da Internet e das redes sociais pelo Daesh e outros grupos terroristas.
Os anúncios publicados pelo Daesh retratam jovens garotas atraentes vestindo roupas pretas e segurando armas, marchando ou dirigindo carros militares de luxo.
"Isso pode ser mais do que romântico e atraente para as mulheres jovens ocidentais," escreveu a chefe do Centro de Pesquisa Global do Islã em Frankfurt.
O problema é que as mulheres muitas vezes não entendem não há mais nada por trás das imagens sedutoras, apenas propaganda.
"Eles nem sequer pensam que tudo isso são apenas imagens para o público. As mulheres no Estado Islâmico não podem participar em combates por definição. Segundo o Islão, elas podem ir para o céu apenas se seguirem rigorosamente a vontade dos seus maridos».
Motivo 4: Desejo de aventura
As mulheres que deixam a sua terra natal e se juntam a grupos radicais no exterior pertencem mentalmente e socialmente a diversos grupos.
Muitas mulheres elogiam as suas vidas com «os soldados do Califado" nos seus blogs no Facebook, Tumblr e Twitter e manifestam a sua disponibilidade para apoiar os seus maridos "até que a morte nos separe". No entanto, elas não entendem: o que acontece quando o marido morre está além de seus sonhos idealistas.
Na melhor das hipóteses, elas vão se tornar a segunda, a terceira ou a quarta esposa e vão viver em condições longe de serem românticas. Muitas vezes, estas "esposas" ou "noivas" acabam feridas em um hospital ou são mortas em circunstâncias questionáveis: enquanto as mulheres locais podem eventualmente buscar proteção nas suas próprias famílias, as estrangeiras estão absolutamente indefesas.
De acordo com especialistas alemães, as mulheres representam cerca de 11 por cento dos 800 residentes alemães que saíram da Alemanha e se juntaram ao Daesh no Oriente Médio. Em França, esta proporção é duas vezes mais elevada. Ao todo, a percentagem de mulheres que foram para a Síria é maior do que se supõe.