A Comissão Especial do Impeachment se reúne nesta segunda-feira, 21, para definir o cronograma de trabalho e fazer mais uma sessão para contar como prazo para apresentação da defesa de Dilma. O prazo de 10 sessões para a defesa da presidente começou a contar no dia 18, quando houve a primeira sessão extraordinária da Comissão na Câmara.
Nesta segunda-feira (21), um sorteio definiu que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Édson Fachin vai ser o relator que irá analisar o pedido de defesa de Lula feito junto ao Supremo, contra a decisão de Gilmar Mendes.
A Advocacia-Geral da União e os advogados de Lula entraram com recurso para que o relator da Operação Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, assuma os processos envolvendo o ex-presidente, no lugar do Ministro Gilmar Mendes.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, alega que Gilmar Mendes não tem competência para analisar as ações envolvendo o ex-Presidente Lula, e argumenta junto ao STF que cabe ao Ministro Teori Zavascki a análise da questão.
“Nós respeitosamente discordamos da decisão tomada pelo Ministro Gilmar Mendes. Em primeiro lugar porque nos parece que esta medida contraria a jurisprudência do próprio Supremo Tribunal Federal, que não admite uma impugnação dessa natureza feita por um mandato de segurança, tendo como impetrante um partido político. Do ponto de vista processual nos parece que esta decisão não está adequada àquilo que é a linha jurisprudencial seguida pela nossa Suprema Corte”, argumenta José Eduardo Cardozo.
Sobre o processo de impeachment contra Dilma, Cardozo disse à mídia que pode comparecer à Comissão Especial para defender a presidente e voltou a afirmar que o processo não tem fundamento.
Para a Presidência da Câmara, o Plenário poderá concluir a análise do impeachment entre os dias 20 e 27 de abril. O PT defende que a Presidenta Dilma deve usar o prazo máximo para a defesa. Após encerrado o prazo de defesa, haverá ainda mais cinco sessões para que o relator conclua um parecer autorizando ou não a abertura do processo de impeachment. Em seguida, o pedido de impeachment vai para análise do Senado, que pode mudar o que tiver sido decidido na Câmara.
Nesta segunda-feira também vence o prazo para que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, entregue ao Conselho de Ética a defesa no processo por quebra de decoro parlamentar que pode levar à cassação de seu mandato.