O corte é de cerca de R$ 2 bilhões, dos mais de R$ 10 bilhões que estavam previstos para 2016.
“Foi na verdade o que o Governo demandou no início do ano, 35%”, informa Beltrame. “Isso aí resultou em 130 pessoas demitidas, em mais de 40 viaturas e telefones, cortes em alguns contratos pequenos de manutenção. Enfim, a minha lição de casa foi feita, mas sem dúvida nenhuma, quando eu digo que não gostei de fazer o corte é porque eu sempre trabalhei enxuto, nunca trabalhei com excesso.”
Ao participar de audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Beltrame disse à mídia que vai pedir o retorno de 2.300 policiais que estão emprestados a outros órgãos, para tentar minimizar os efeitos da crise econômica e garantir a segurança nas ruas do Rio durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e também para as eleições municipais, que vão acontecer.
“Não podemos nos entregar, absolutamente, em função de tudo que se construiu aqui. Não vai ser em um momento assim que nós vamos deixar a sociedade sozinha.”
O secretário de Segurança ressaltou ainda que solicitou ao Ministério da Justiça que o efetivo da Força Nacional, que vai reforçar a segurança no Rio durante os Jogos 2016, permaneça no Estado até as eleições de outubro, mas o Governo, alegando falta de recursos, também não vai poder acatar o pedido.
Durante a audiência, o diretor de Assuntos Financeiros da Polícia Civil, Flávio Brito, disse que há uma dívida na instituição de R$ 80 milhões de reais e que também não haverá verba suficiente para arcar com o pagamento de todas as despesas do ano.
“A disponibilidade financeira que nos é passada é suficiente para arcar com oito meses das nossas despesas anuais”, afirmou Flávio Brito. “Nós cobrimos as despesas de oito meses, e as de quatro meses nós estamos jogando para o ano seguinte. Já temos aí dois anos nesse cenário.”
Ainda de acordo com José Mariano Beltrame, a crise econômica na segurança do Rio vai atingir também o projeto das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora em comunidades do Estado. A instalação da UPP do Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, que tinha sido prometida em abril do ano passado, não vai sair agora do papel.