Atentados em Bruxelas: 'Nenhum canto do mundo está a salvo', diz Zakharova à Sputnik

© Sputnik / Valery Melnikov / Acessar o banco de imagensMaria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, durante a entrevista coletiva semanal em Moscou, 10 de fevereiro de 2016
Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, durante a entrevista coletiva semanal em Moscou, 10 de fevereiro de 2016 - Sputnik Brasil
Nos siga no
É necessário alterar as prioridades e combater a ameaça real do terrorismo, em vez de se concentrar em ameaças míticas e intrigas políticas por parte de agentes estatais, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em entrevista nesta terça-feira (22) à Rádio Sputnik.

People leave the scene of explosions at Zaventem airport near Brussels, Belgium, March 22, 2016 - Sputnik Brasil
Sputnik falou com testemunha: ‘Estava muito perto, talvez a uns 30-40 metros’
Expressando condolências ao povo da Bélgica e de outros países que podem ter sofrido perdas com os atentados terroristas de hoje, Zakharova disse que os ataques devem lembrar as pessoas de que nenhum lugar está a salvo do terrorismo.

"Esta ilusão em que muitas pessoas estavam, de que há cantos seguros, onde as pessoas podem se sentir completamente seguras contra o terrorismo, é hora de acordar desta ilusão, não existem tais lugares", constatou a porta-voz da chancelaria russa à Radio Sputnik.

​Lamentando que a Rússia, por sua parte, tem bastante experiência em lidar com ataques terroristas em seu território, Zakharova argumenta que a única conclusão a que se pode chegar a partir deles é a de que os Estados devem aumentar sua cooperação mútua, a fim de prover a segurança e não o oportunismo político.

"A razão para isto é a cadeia interminável de intriga política, em parte, na região do Oriente Médio nos últimos anos, quando, com um show de boas intenções, Estados foram destruídos e ninguém respondia para onde essas pessoas, que não têm dinheiro, nem casa, nem, para muitas delas, família, já que [a família] morreu em um conflito sem fim; [ninguém respondia para onde elas] deviam ir", falou a porta-voz.

Sergei Naryshkin, presidente da Duma de Estado da Rússia - Sputnik Brasil
Parlamento russo: UE e OTAN se preocupam com sanções ao invés de combater terrorismo
Ela acrescentou que a política externa da União Europeia e dos EUA nos últimos anos levou a uma perda no tempo que poderia ter sido usado para impedir ataques terroristas.

"Uma grande quantidade de tempo foi desperdiçada e, infelizmente, muitas vidas foram perdidas. Precisamos entender que a única maneira de vencer e encontrar um antídoto para isto é a cooperação internacional global, sem quaisquer condições prévias, sem divisão em amigo-ou-inimigo", observou Zakharova.

Em grande parte, continuou a representante russa, a presente situação é oriunda de prioridades equivocadas e de grandes quantidades de tempo e recursos perdidos em conceitos como nation-building [“construção de nações”] e mudança de regimes, bem como em ameaças sobretudo fictícias tais como a “informação transformada em arma” e a “guerra híbrida”, ao invés de se ter focado nas ameaças concretas, que se transformaram em ataques de verdade.

Valery Gerasimov durante conferência conjunta com o presidente russo no Ministério da Defesa em 11 de dezembro - Sputnik Brasil
Militares russos vão desenvolver concepção de 'poder brando'
“Informação transformada em arma” e “guerra híbrida” são duas expressões bastante repetidas pela retórica ocidental antirrussa para caracterizar a suposta atuação de Moscou em duas frentes teoricamente expansionistas: a guerra de informação midiática e o conflito na Ucrânia, no qual, segundo as acusações ocidentais, a Rússia estaria empregando soldados com e sem uniforme, bem como táticas variadas de desinformação, a fim de alcançar seus próprios objetivos políticos. 

"Por que eles estão inventando certas ameaças míticas, que não existem, certas guerras híbridas e de informação, às quais eles acham maneiras de resistir e de destinar milhões de euros, ao passo que a ameaça está bem aqui, transportada em malas de viagem, a bordo de aviões, carregada em mochilas no metrô, deixada para trás em caixas perto de travessias de pedestres?", perguntou-se Zakharova na entrevista à Radio Sputnik.

Para evitar novos ataques, portanto, concluiu a porta-voz do ministério russo, é necessário concentrar as prioridades sobre a ameaça real do terrorismo, o intercâmbio de informações e a cooperação, em vez de fomentar divisões e de criar ameaças fantasmagóricas supostamente encarnadas por atores estatais.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала