O primeiro a fazê-lo foi Henrique Eduardo Alves que, já na segunda-feira, 28, apresentou carta de demissão à presidente, deixando de ocupar o Ministério do Turismo. Em sua carta, ele afirmou ter de seguir as determinações do partido ao qual está filiado “há 46 anos”. Os demais ministros do PMDB receberam prazo até 12 de abril para entregar seus cargos.
O mesmo devem fazer os detentores de cargos nos segundo e terceiro escalões do Governo. De acordo com o vice-presidente nacional do PMDB, Senador Romero Jucá, quem não aceitar as determinações do comando do partido sofrerá punições.
Para o Professor Cláudio Couto, estes fatos agravam ainda mais a tensão política reinante no país. Cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, ele comenta:
“O que nós vemos, nesse momento, não é exatamente o PMDB se tornando um partido de oposição. É o PMDB abandonando um barco furado de um Governo que já não é mais viável. E aí, consequentemente, com esse seu governismo congênito, ele é muito vinculado a um forte espírito de sobrevivência.”
E o Professor Cláudio Couto conclui:
“O PMDB percebe que a melhor maneira de continuar sendo parte do Governo é saindo agora para voltar logo em seguida num Governo que será, ainda que de maneira muito circunstancial e por um contexto muito particular, liderado por um dos seus, pelo hoje Vice-Presidente Michel Temer, que é também presidente do partido.”