Inclusive há pessoas do entorno do presidente russo. A lista divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) é baseada em um vazamento da empresa panamense Mossack Fonseca. O dado usado como destaque é a presença de "12 antigos e atuais líderes mundiais". O ICIJ afirma "revelar como o entorno do presidente russo Vladimir Putin movimentou secretamente cerca de 2 bilhões de dólares através de bancos e companhias clandestinas".
Contudo, um estudo realizado pelo projeto britânico Off Guardian mostra que não há nenhum fato que indique que o presidente russo tenha algo a ver com estas manipulações.
Além do "entorno" não identificado do presidente russo, a lista dos "poderosos" inclui o atual presidente da Argentina, o ex-primeiro-ministro da Geórgia, o primeiro-ministro da Islândia, os ex-primeiros-ministros do Iraque, da Jordânia, da Ucrânia e do Qatar, o ex-emir do Qatar, os presidentes da Ucrânia e dos Emirados Árabes Unidos, o ex-presidente do Sudão e o rei da Arábia Saudita.
Além dos líderes, o vazamento aponta para famílias, "amigos íntimos" e "entorno" dos políticos de alto escalão — inclusive do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, da Rússia, Vladimir Putin, da Síria, Bashar Assad e outros.
Crime
Por sua parte, a própria Mossack Fonseca declarou à agência de notícias AFP que a publicação do vazamento é "um crime".
Já o governo do Panamá, onde a Mossack Fonseca está registrada e tem a sua sede, está pronta para cooperar com a investigação, soube a Sputnik.
"O governo do Panamá lidera uma política de tolerância zero ante qualquer aspecto do seu sistema legal ou financeiro que não seja tratado com altos níveis de transparência. O governo do Panamá cooperará vigorosamente com qualquer solicitação ou assistência que seja necessária em caso de se desenvolver algum processo judiciário", reza um comunicado oficial divulgado no site da presidência panamenha.
Portugal
A lista divulgada tem ligação com a operação Lava Jato, que investiga corrupção no Brasil, e inclui um português chamado Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, proprietário de 14 empresas. Ele teria transferido 10 milhões de dólares (8,7 milhões de euros ou cerca de 36 milhões de reais) a uma conta em um banco suíço, supostamente ligada a uma pessoa do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No ano passado, houve um escândalo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB, por ele possuir contas secretas em um banco suíço.