O ex-presidente, durante seu discurso, sugeriu ao vice-presidente da República, Michel Temer, “vá para a rua pedir voto” se quiser chegar à Presidência da República, numa crítica ao posicionamento do vice diante do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“Eu não tenho nada contra o Michel Temer. A única coisa que eu poderia falar é: companheiro Temer, se você quer ser presidente da República, disputa eleição, meu filho. Vai para a rua pedir voto”, disse Lula, sob aplausos.
Lula alertou para o risco que correm os direitos sociais no Brasil. "Eles diziam que não podia aumentar o salário mínimo porque daria inflação, mas nós fizemos e por 12 anos não enfrentamos inflação. Não tinha dinheiro para os pobres, pobre era problema, e nós provamos que ele pode ser solução se tiver dinheiro para comer. Quem imaginaria há 10 anos que os meninos e meninas negros da periferia fariam universidade?", relembrou o ex-presidente.
"Esses ganhos só são possíveis na democracia", frisou Lula. "Nós estamos vivendo o 31º ano de democracia continuada, desde o fim da ditadura. E este é o maior período de democracia continuada da história deste país. Mas parece que eles já cansaram. Os setores mais conservadores da sociedade cansaram não porque a democracia é ruim, mas porque eles queriam ficar lá a vida toda".
Em sua despedida, o ex-presidente conclamou o povo a gritar que "não vai ter golpe", e pediu atenção ao dia em que o Congresso pode tentar votar o impeachment de Dilma, para que os democratas estejam prontos a ocupar as ruas.