De acordo com a proposta do Senador Valdir Raupp, a eleição presidencial ocorreria em outubro deste ano, coincidindo as eleições municipais.
Para Renan Calheiros, a ideia também pode ser uma solução para o processo de impeachment da Presidenta Dilma e uma resposta do Congresso à sociedade brasileira.
“Sobre essa proposta do Senador Valdir Raupp, eu sinceramente acho bem elaborada e a vejo com bons olhos – essa coisa de eleição geral. Eu acho que se a política não arbitrar saídas para o Brasil nós não podemos fechar nenhuma porta, ou deixar de discutir nenhuma alternativa. Nem essa de eleição geral, nem a de fazer uma revisão no sistema de governo, e até identificarmos o que há de melhor no parlamentarismo e no presidencialismo. Eu acho que a antecipação da eleição presidencial é outra coisa. A tese da eleição geral que está sendo defendida é sem dúvida nenhuma uma tese mais ampla, e pode significar uma resposta da política ao Brasil, que continua a demonstrar muita ansiedade nesse momento.”
Calheiros também foi questionado sobre o que achou da decisão do Vice-Presidente Michel Temer, de pedir licença da presidência nacional do PMDB, e o cargo ser assumido pelo Senador Romero Jucá (RR). O presidente do Senado classificou a decisão como uma boa alternativa para voltar a unir o partido.
“Eu procuro não comentar os fatos partidários para não estreitar o meu papel, o meu trabalho como presidente do Congresso Nacional, mas eu acho uma boa solução, porque o Senador Romero Jucá é um grande quadro, tem relação com praticamente todos os segmentos do partido. Sem dúvida nenhuma, ele pode fazer um esforço pela unificação. O Vice-Presidente Temer foi eleito pela unanimidade do PMDB, mas é muito importante que essa unanimidade se refaça a cada momento. Eu acho que o Senador Romero Jucá tem todas as condições para refazê-la quando houver necessidade.”
Romero Jucá assume a presidência do PMDB uma semana após o rompimento do partido com o Governo. Desde então, Michel Temer tem sido alvo de críticas de tramar um golpe contra Dilma.
Nesta terça-feira, 5, o partido Rede da Sustentabilidade também lançou a campanha intitulada “Nem Dilma, nem Temer, Nova Eleição É a Solução”, em que pede, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a cassação da presidente e do vice. Durante a cerimônia de lançamento, em Brasília, a ex-Senadora Marina Silva pregou que “a saída para a crise política e econômica do país é uma nova eleição”.