De acordo com reportagem da Folha, cerca de R$10 milhões doados pela empresa às campanhas do PT em 2010, 2012 e 2014 “estão vinculados à participação da empreiteira em contratos de obras públicas”.
Nas últimas eleições, segundo Azevedo, a doação de RS$20 milhões da Andrade Gutierrez à campanha de reeleição de Dilma implicou o favorecimento da companhia em obras como o Complexo Petroquímico do Rio, a usina nuclear de Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte.
A campanha de Dilma negou qualquer irregularidade e ressaltou que, “aliás, a empresa fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário [isto é, Aécio Neves]”.
A nota, citada pela Folha, diz ainda que “em nenhum momento, nos diálogos mantidos com o tesoureiro da campanha sobre doações eleitorais, o representante da Andrade Gutierrez mencionou obras ou contratos da referida empresa com o governo federal”.
“Não há citação à campanha dos adversários tucanos de Dilma” na delação de Azevedo, segundo assinala o jornal.
A Andrade Gutierrez foi a maior doadora da campanha de Aécio à presidência da República em 2014. Segundo dados do TSE, a empreiteira fez 322 doações para o tucano, somando mais de R$ 20 milhões — mais do que o valor destinado a Dilma, segundo relata o blog do Rovai, qualificando a delação de Azevedo como "menos crível do que a fábula do Papai Noel".
Além disso, em outubro do ano passado, a imprensa publicou as mensagens de um grupo de Whatsapp formado entre executivos da alta cúpula da Andrade Gutierrez. A troca de mensagens deixou clara a torcida pela vitória de Aécio, a decepção diante de sua derrota e, acima de tudo, a hostilidade contra Dilma, alvo de xingamentos no calibre de “sapa”, “cara de satanás”, “vaca velha”, “gorda de capacete” etc.