EUA devem reconhecer crescente influência russa no mundo, para seu próprio bem

© Sputnik / Sergey GuneevPresidente russo Vladimir Putin e secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante uma reunião no Kremlin. 15 de dezembro.
Presidente russo Vladimir Putin e secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante uma reunião no Kremlin. 15 de dezembro. - Sputnik Brasil
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Os EUA devem reconhecer que a operação aérea russa na Síria assegurou um maior papel da Rússia na região e nas relações internacionais em geral, destaca-se em um artigo no portal The National Interest.

Quando a Rússia retirou as suas forças da Síria, Moscou declarou que os objetivos principais haviam sido atingidos durante a operação.

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Entre eles estavam o apoio ao líder sírio Bashar Assad e ao seu Exército na luta contra o terrorismo.

Entretanto, a maior vitória da Rússia foi  fortalecer a sua posição no palco internacional, escreve o The National Interest.

“Hoje a Rússia é o maior negociador nos assuntos relativos ao poder na Síria e Putin pode tentar usar os seus êxitos para atingir concessões sobre a Ucrânia e as sanções europeias. Washington deve ser cautela em relação a isso mas não deve ser impedido de trabalhar com a Rússia para parar a guerra civil na Síria“, sublinhou o autor.

Tendo retirado as forças da Síria, Putin deu um sinal para o Ocidente de que a Rússia é parte da resolução da crise na Síria. Além disso, Putin está prestes a chegar a um compromisso, o que é crucial para “a solução política multilateral” que os EUA querem atingir na Síria.

“Facilitando a resolução, Putin eleva mais a posição internacional da Rússia e a sua capacidade negocial”, diz-se no artigo.

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A consolidação do papel russo nas relações internacionais suscita algumas preocupações para os EUA. Na opinião do autor, Washington deve tentar conter a nova política russa mas não a qualquer custo.

“Para trabalhar de forma eficiente com a Rússia, os EUA devem reconhecer a consolidação da política externa e interna de Putin no futuro <…>. Não é necessário um jogo de soma zero entre os interesses da Rússia e dos EUA, mas entre o prestígio da Rússia e o prestígio dos EUA. O compromisso que seria benéfico para a imagem de Putin e os interesses norte-americanos não é impossível mas pode ser acompanhado com alguma pressão”, diz-se no artigo.

O autor do artigo nomeia três concessões que os Estados Unidos devem fazer para cooperar de modo eficiente com a Rússia na Síria.

Em primeiro lugar, Washington deve continuar adiando o assunto do destino de Bashar Assad. Se Assad fosse derrubado agora, isso somente incitaria o conflito ainda mais. Os EUA devem compreender que a transição de poder na Síria é um assunto de alguns anos e não meses.

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Em segundo lugar, os EUA devem escutar os apelos da Rússia para incluir os curdos nas negociações de paz, porque sem eles as negociações não fazem muito sentido.

Em terceiro lugar, os EUA devem estar abertos à ideia de que, após o fim da guerra na Síria, a Rússia continuará protegendo os seus interesses. Na opinião dos autores, se a Rússia compreender que não poderá manter nem a sua base naval, nem as relações económicas, nem o seu aliado no mundo árabe, não cooperará para chegar a uma solução.

Entretanto, ainda há uma alternativa à cooperação com a Rússia: uma tentativa de derrubar Assad usando a força. Seguindo este roteiro, os EUA terão de aumentar o apoio à oposição de árabes sunitas ou lançar uma operação militar ainda maior do que foi a invasão no Iraque em 2003.

A Rússia afirmou que agora não é um ator regional mas global. Os EUA devem reconhecer o novo papel russo nas relações internacionais para atingir os seus próprios interesses, concluem os autores.

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