A gravação viralizou rapidamente nas redes sociais, ganhando manchetes nas principais mídias do país. Após o vazamento, a assessoria de imprensa de Temer explicou tratar-se de um treinamento de discurso do vice-presidente para o caso de uma eventual aprovação do processo de impeachment pelo plenário da Câmara. O áudio deveria ter sido enviada apenas para uma pessoa, mas, por engano, foi remetido a um grupo de deputados do PMDB.
“Agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração do processo de impedimento da senhora presidente, muitos me procuraram para que eu desse uma palavra preliminar à nação brasileira. O que eu faço com muita modéstia e muita cautela. Com muita moderação, mas também em face da minha posição de vice-presidente e também de substituto constitucional da senhora presidente da República. E desde logo eu quero afirmar que temos um longo processo pela frente, passando ainda pelo Senado Federal. Então, todas as minhas palavras levarão em conta apenas a decisão da Câmara dos Deputados, portanto minhas palavras são provisórias” – diz Temer no início da mensagem.
Mais tarde, Temer convocou jornalistas para comentar o assunto. Ele declarou que a gravação foi um “equívoco” e explicou que a mesma foi feita em resposta a alguns “companheiros”, que perguntaram a ele se estava preparado para ocupar a Presidência da República.
"Eu falava com vários companheiros e, naquele momento, me perguntaram se eu estava preparado para a eventualidade daquilo que viesse a acontecer no próximo domingo, porque, certa e seguramente, se exigiria uma manifestação minha. Eu disse: Olha, até vou fazer o seguinte. Vou gravar aqui uma coisa que eu imagino que eu possa dizer", disse.
Temer afirmou ainda que o ocorrido não tem força para influenciar o resultado da votação do impeachment na Câmara e destacou que não pretende comentar críticas de que é "golpista" ou que estaria sentando-se na cadeira antes do tempo.