Com o lema “O Campo é de Todos”, dezenas de sindicatos e associações participaram da marcha que contou com a adesão de caravanas que partiram dos estados de Hidalgo, Oaxaca, Jalapa, Guerrero e Puebla. Segundo o líder da Organização Central Independente de Trabalhadores Agrícolas e Camponeses (CIOAC, na sigla em espanhol), José Lopez, um dos objetivos da caravana é obrigar o governo a cumprir a Lei de Consulta e Direitos da Cultura Indígena, que está sendo desrespeitada diante da entrega de diversas concessões a empresas mineradoras em territórios indígenas. “O México deve legislar para que essas populações digam o que querem para suas terras”, disse Lopez.
O diretor do Movimento Nacional Plano de Ayala, Francisco Pablo, disse que integrantes da Frente Indígena e Camponesa do México (Ficam) estão cercando a Secretaria de Governo na capital desde 28 de março, e lá poderão permanecer até que as autoridades atendam às três exigências da entidade: a liberação de 14 manifestantes presos por defenderem o meio ambiente, maior atenção aos cerca de 150 conflitos gerados por megaprojetos de mineração e de hidrelétricas no país e a constituição de uma consulta livre às populações indígenas. Os conflitos aos quais a Ficam se refere acontecem em zonas rurais dos estados de Puebla, Morelos, Oaxaca e Vera Cruz, onde, segundo os manifestantes, tropas do Exército reprimem há tempos as populações indígenas e apoiam os planos da iniciativa privada.
A Ficam também informa que tem proposto ao governo mexicano a criação de uma lei de anistia ante à crescente onda de criminalização e judicialização que vêm enfrentando as entidades que lutam em defesa da terra.
A Sputnik entrou em contato com algumas das entidades que participaram dos protestos, como a Frente Popular Francisco Villa, a União Geral de Trabalhadores e Camponeses do México (UGOCM, na sigla em espanhol), além da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas, mas nenhuma tinha um porta-voz no momento para comentar as manifestações.