Em conversa com a mídia, o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidente, Jaques Wagner, disse que o Governo vai continuar trabalhando para garantir um resultado positivo no Plenário da Câmara. Wagner disse que o resultado foi dentro do esperado pelo Governo e que não se confirmou a certeza da oposição de que alcançaria a grande maioria de votos. O ministro ainda parabenizou os 27 deputados que votaram contra o parecer.
“A gente já está trabalhando, conversando, fortalecendo, agradecendo e parabenizando os 27 deputados que eu considero heróis da democracia” – diz.
O ministro ainda comentou o vazamento do áudio do Vice-Presidente Michel Temer, falando como se a Presidenta Dilma já tivesse sido afastada do cargo. Wagner chamou o áudio de ação produzida que só deixa clara a face golpista do vice-presidente. “Eu acho que macula sua própria história, rasga uma fantasia e assume o papel que antes poderia estar escondido, de patrocinador e maior beneficiário desse golpe parlamentar, desse golpe dissimulado”
Se o Governo derrubar o impeachment na votação de domingo, 17, Jaques Wagner pensa que a única saída que vai restar ao vice-presidente será renunciar ao cargo.
“Depois de assumir a conspiração, o mínimo de coerência com o que ele [Michel Temer] fez é, uma vez derrotada a conspiração, ele renunciar, porque vai ficar um clima absolutamente insustentável, insuportável. Não tem como, né? O mínimo que ele teria que fazer é ter pelo menos não sei se a grandeza, ou a inteligência, do então Vice Itamar Franco, que esperou, como ele deveria ter esperado, que a consequência do impeachment viesse a colocá-lo na cadeira na qual o povo não o colocou. Mas ele se precipitou. E, a exemplo daquela carta que já ficou famosa na política brasileira [a carta de Temer a Dilma], agora não foi a carta, foi o WhatsApp falado, onde eu acho que se quebra qualquer respeito pela liturgia."
O Ministro Wagner espera que, se o processo do impeachment for barrado após a votação de domingo, os parlamentares se comprometam com o Brasil e ajudem a lutar por uma agenda positiva que reconstrua a economia e o crescimento do país.
Já para Romero Jucá, presidente em exercício do PMDB, partido do vice-presidente, o que foi falado por Temer no áudio, independentemente de ter se tornado público, mostra apenas uma demonstração de equilíbrio, tranquilidade e preparo político diante de um processo de impeachment em andamento, demonstrando preocupação com o país, e portanto não deve ser levado de forma negativa.